Com firmeza e carisma, Carlos Tramontina conduziu o debate de candidatos à prefeitura de São Paulo no canal Flow do YouTube. Optou por um visual informal: sem gravata e com paletó claro.
A partir de linguagem coloquial, o jornalista impôs ordem desde o início. Deixou claro que não toleraria comportamento desrespeitoso dos seis participantes do encontro. Foi enérgico ao interromper, repreender e pedir a retirada de Pablo Marçal por falas de “baixo nível” na hora das considerações finais.
Após a punição, houve agressão física contra o marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes. O cenário foi tomado por membros das equipes de todos os candidatos e técnicos da produção. A transmissão chegou a ser paralisada. Minutos depois, o âncora ressurgiu para lamentar a confusão e se despedir.
Tramontina foi uma escolha acertada para o papel de mediador. Sua experiência e autoridade fizeram diferença diante do imprevisto grave nos minutos derradeiros. Amparado pelas regras, foi correto em todas as atitudes.
No Flow, ele comanda os programas ‘Tramonta News’ e ‘Portas Abertas’. Interessante ver um jornalista de quase 70 anos fazendo sucesso em um canal voltado a um público majoritariamente jovem.
Carlos Tramontina deixou a Globo em 2022, por vontade própria, após 43 anos na emissora. Foi de estagiário a apresentador eventual do ‘Jornal Nacional’. Tornou-se um dos âncoras mais famosos e respeitados do país. Em 2019, virou meme ao dizer “seis e ônibus” ao confundir a hora com uma matéria sobre transporte.
Para a maioria dos veteranos que deixaram – demitidos ou por si mesmo – o jornalismo da Globo, a carreira acabou, lamentavelmente. Tramontina conseguiu se reinventar na internet, onde também possui um canal pessoal.
De maio a novembro de 2023, ele comandou o ‘Freedom Project’, sobre pautas de direitos humanos, na CNN Brasil. Para o público, é um privilégio vê-lo produtivo e empolgado.
