Em uma produção deliciosamente tosca, Esse Menino interpreta um representante da Pfizer que tenta vender vacinas ao governo brasileiro. Ele capricha no ‘embromation’ ao dizer o nome da farmacêutica: “Pifaizer”.
No vídeo, o funcionário da empresa manda vários e-mails a Jair Bolsonaro. A irritação e a ironia vão aumentando conforme não recebe nenhuma resposta do presidente brasileiro. “Diga lá, Naro. Não tivemos notícias suas”, reclama.
Após novamente ser ignorado, ele apela. “Olha, olha, passando em sua rua o caminhão da vacina”, anuncia. “Promoção exclusiva saindo por 50% do valor só pra vocês.” Nada. Nenhum retorno de Bolsonaro.
Em nova mensagem, o vendedor perde a linha. “Vai responder não, puta?”, diz. “Vai querer ou não (as vacinas), viado?” Em outro momento, o furioso representante da ‘Pifaizer’ solta um “genocida”. Há ainda piada impublicável envolvendo o ‘Véio da Havan’ e citação ao influencer ‘aglomerador’ Carlinhos Maia.
No fim, o rapaz se vinga. Anuncia ao presidente que a gigante de medicamentos fechou contrato para fornecer os imunizantes aos Estados Unidos. “Eles têm a Lady Gaga... Fique aí com a Juliana Paes.”
A atriz da Globo foi ‘cancelada’ dias atrás ao se isentar de tomar posicionamento político e, imediatamente, ganhou o rótulo de ‘bolsominion’.
Viralizado, o vídeo de Esse Menino postado no Instagram atraiu muitas celebridades da TV, das redes sociais e do YouTube. Há curtidas e comentários de Bruno Gagliasso, Grazi Massafera, Preta Gil, Kefera, Maria Bopp.
E também de Gabriela Prioli, Gleice Damasceno, Fernanda Souza, Felipe Castanhari, Duda Beat, Mariana Xavier, Afonso Padilha, entre outros.
Em meio à lentidão da vacinação, do temor de uma terceira onda, das declarações polêmicas de Bolsonaro e da proximidade dos 500 mil mortos pela covid-19, a jocosidade de Esse Menino nos tira da desolação e mostra a importância de rir como antídoto contra a depressão.
O sucesso imediato de Esse Menino ressalta o que todos já sabemos: a internet é palco de talentos incríveis do humor. Não apenas o Instagram e o YouTube, mas também o TikTok. Para renovar os programas de comédia, a televisão precisa levar esses criadores geniais para diante das câmeras. Questão de sobrevivência.