Robin Williams foi a única pessoa que visitou o humorista Mort Sahl nos bastidores de um show há 17 anos, e o comediante de 87 anos disse que o episódio marcou uma estreita amizade, encerrada com o aparente suicídio do ator nesta semana.
Sahl, por vezes considerado o padrinho da comédia política no formato “stand-up”, disse a 80 pessoas em um tributo informal a Williams, na noite de quinta-feira, que ele esperava que dezenas de fãs fosse ao camarim e dissessem a ele o quanto haviam gostado do show.
“Veio apenas um cara e bateu na porta”, disse Sahl em uma sala de um teatro no qual Williams costumava atuar. “Era Robin. Ele olhou para baixo e disse ‘eu sempre quis conhecer você'."
Sahl, cuja aguda perspicácia e dom para a sátira social influenciaram Lenny Bruce e Woody Allen, e fizeram com que fosse capa da revista Time em 1960, apoiou-se em uma bengala e no braço de um amigo ao entrar na sala do teatro Throckmorton, em Mill Valley, ao norte de San Francisco.
Ele contou anedotas sobre o encontro com Williams, e outros contos sobre o romantismo compartilhado entre ambos, assim como a paixão pela comédia.
Vestindo seu tradicional suéter em gola V, Sahl criticou a cobertura da imprensa ao dizer que eles haviam “canibalizado” a morte de Williams e fez piadas com Tiburon, uma rica comunidade onde o ator vivia.
“Eu achei que Tiburon tinha uma mordida gelada quando fui visitá-lo”, disse Sahl, em referência ao nome da cidade, que significa “tubarão" em espanhol.
Williams andava 10 quilômetros de bicicleta para ir ao teatro realizar shows expontâneos, disse o diretor de marketing do local.
O comediante de 63 anos e vencedor do Oscar, cujo estilo hiperativo e versatilidade fizeram dele uma estrela dos cinemas e da televisão, foi encontrado enforcado em sua casa no norte da Califórnia na segunda-feira.
Williams sofria de estágios iniciais de mal de Parkinson e também de uma severa depressão à época de seu aparente suicídio, disse sua viúva na quinta-feira.
(Por Ronnie Cohen)