Nos últimos dias, a imprensa noticiou que a Justiça proibiu a demolição da mansão de Clodovil Hernandes em Ubatuba, litoral Norte de São Paulo.
Construído em área de preservação ambiental, o imóvel foi arrematado em leilão há seis anos. No alto de um morro e com vista para o mar, a propriedade foi cenário de agitadas festas promovidas pelo apresentador.
A última grande fase do artista na televisão foi entre novembro de 2003 e abril de 2005, quando comandou o ‘A Casa é Sua’ nas tardes da RedeTV.
Entre salário fixo e cachês por ações de merchandising, recebia cerca de R$ 150 mil por mês. Andava em um Mercedes cinza com motorista. O carro não era dele, pagava pela prestação de serviço.
Morava de aluguel em um apartamento térreo de 100m² na Avenida República do Líbano, de frente para o Parque do Ibirapuera, no bairro de Moema. Hoje, um imóvel ali vale R$ 2,2 milhões.
Gastava parte do dinheiro em roupas feitas sob medida e joias. Adorava brincos de diamantes, anéis com pedras preciosas e relógios importados. Outra fração era investida em estética.
Numa famosa clínica de cirurgia plástica, se submeteu a lifting facial (esticada no rosto para suavizar sinais de envelhecimento), otoplastia (correção de ‘orelhas de abano’), retirada de bolsas de gordura sob os olhos, lipoaspiração no abdômen e enxerto de gordura no bumbum.
Na antiga sede da RedeTV, em Barueri, na Grande São Paulo, o camarim de Clodovil vivia cheio de caixas de presentes. Era bastante paparicado por marcas conceituadas.
Assumidamente elitista, ele não aceitava qualquer coisa. Certa vez, reclamou no ar de uma caneta alemã Montblanc recebida dos donos da emissora. Para qualquer reles mortal seria um presentão, mas o apresentador disse que merecia coisa melhor.
Foi justamente por não medir as palavras que o apresentador perdeu a boa-vida no canal. Num intervalo de gravação no estúdio, disse para quem quisesse ouvir que uma apresentadora da casa – namorada de um dos sócios da TV – terminaria seus dias “como atriz pornô”.
A indiscrição vazou. Poucas horas depois, Clodovil recebeu um fax comunicando sua demissão. Depois disso, teve um programa sem repercussão na TVJB, canal que durou poucos meses.
Ele morreu em março de 2009, aos 71 anos, de acidente vascular cerebral, em Brasília, onde cumpria o primeiro mandato como deputado federal. Em sua longa trajetória pela televisão passou também por Globo, Band, Manchete, CNT, TV Gazeta e Rede Mulher.