Em um post no Instagram, Regina Duarte posou com uma imagem de Nossa Senhora Aparecida nos braços.
“Ganhei de presente! O amigo já sabe que estou vivendo momento histórico de grande precisão. Amém”, escreveu.
Dias antes, a atriz viveu um dos maiores constrangimentos de sua vida. Uma situação inimaginável até pouco tempo atrás a uma das artistas mais famosas do País.
No teatro do Sesc 24 de Maio, no centro de São Paulo, ela foi ignorada por outros atores que foram assistir à peça ‘Virgínia’, um solo de Cláudia Abreu.
O protesto silencioso partiu de quem não a reconhece mais como uma colega de profissão e referência da arte dramática.
A razão é mais que conhecida: o apoio irrestrito de Regina a Jair Bolsonaro e outros políticos à direita no espectro ideológico.
Ela passou a ser vista como pária pela maioria absoluta da classe artística, revoltada com os ataques do presidente e o desmonte de políticas públicas ao audiovisual.
Secretária de Cultura do governo federal por 77 dias, em 2020, Regina não foi realocada para a Cinemateca Brasileira, conforme prometido por Bolsonaro.
Mesmo assim, a atriz continua a ser uma enérgica defensora da gestão bolsonarista. Mais do que isso, usa sua influência on-line, onde tem quase 3 milhões de seguidores, para divulgar ídolos da direita.
De Carla Zambelli, chamada de “minha amiga” pela artista, a Daniel Silveira, inimigo declarado do STF.
Fora da TV desde ‘Tempo de Amar’, de 2018, Regina Duarte, 75 anos, demonstra que não vai se autoisolar a fim de evitar outras situações delicadas.
Na quarta-feira (9), ela foi à Sala São Paulo para assistir ao concerto da pianista franco-georgiana Khatia Buniatishvili. Indiferente a olhares hostis, a atriz disparou sorrisos para quem a cumprimentou.