A autoironia é mais do que uma qualidade, chega a ser uma virtude. A pessoa que sabe rir de si mesma – e do falam dela para desmerecê-la – vive com mais leveza. É o caso de João Lucas. O cantor acaba de lançar o 1º álbum. Em vídeo, ele brincou com suas ligações privilegiadas de parentesco.
“Oi, meu nome é João Lucas, também conhecido como Sasho e nepo genro. Acabei de lançar meu primeiro álbum e queria muito que você ouvisse. Então, por favor, me ajude! Eu sou um artista independente”, disse.
Sagaz, o artista fez do que seria um defeito – estar à sombra da mulher, Sasha Meneghel, e da sogra, Xuxa, ambas mais famosas – um elemento de humor para se divulgar. João Lucas já foi xingado, ironizado, criticado, desacreditado. Mesmo sob ataque, mantém a educação e a simpatia.
Foi até barrado em entrada VIP do trio de Ivete Sangalo por não saberem quem era. A maioria dos artistas, nesta situação, armariam um barraco, chamariam a imprensa ou iriam embora, ofendidos. João ficou calmo e compreendeu a ação do segurança. “Ele não é obrigado a me conhecer. Está certo ele.”
O rapaz também enfrenta questionamentos a respeito de sua sexualidade pelo modo de vestir e o jeito ‘fofo’. Preconceito semelhante ao direcionado a João Guilherme. A sociedade brasileira insiste em depreciar homens sem o estereótipo do macho dominador.
Por contornar tantos obstáculos e servir de inspiração, João Lucas deveria ganhar o prêmio ‘Cara Legal do Ano’. Tornou-se um exemplo positivo no enfrentamento do lado conservador e mesquinho da mídia e das redes sociais. Merece que seu álbum seja ouvido. Sasha e Xuxa têm vários motivos para se orgulhar dele.