“Eu queria ser civilizado como os animais.” Esta frase de impacto faz parte da letra da música ‘O Progresso’, composta por Roberto Carlos em 1976. Serve de slogan para este 4 de outubro, Dia Mundial dos Animais.
Celebrada desde 1931 e escolhida por seu o dia de São Francisco de Assis, padroeiro dos bichos e do meio ambiente, a data criada por ecologistas traz à memória algumas canções do ‘rei’ sobre a fauna.
Na clássica ‘O Portão’, gravada em 1974, ele homenageia o ‘melhor amigo do homem’. “Eu cheguei em frente ao portão / Meu cachorro me sorriu latindo...”
Em ‘Fim de Semana, de 1982, outra referência carinhosa aos cães. “Até o cachorro que é tão bonitinho / Corre, pula, abana o rabinho / E põe as patas na minha camisa branquinha”.
Aves aparecem em letras poéticas. A exemplo do trecho “Em cada pássaro que voa / Em cada tarde que anoitece / E numa gota de orvalho / Como uma lágrima que cai de uma rosa”, de ‘Eu Me Recordo’, lançada há 50 anos.
De 2003, ‘Todo Mundo me Pergunta’ traz referência semelhante. “À tardinha eu olho o céu e vejo um pássaro voando / É primavera / Vou voar e vou depressa ao encontro dela”.
Roberto Carlos uniu a paixão pelos bichos e o ecossistema na composição de ‘Coração Sertanejo’, feita em 2005. “Que nunca vai faltar lenda de animais e rios / Aves, flores, desafios este é o meu lugar / E no final do dia o fogo faz companhia / E um violeiro toca pra gente sonhar / Aqui não se vê tristeza em meio à natureza / No coração sertanejo é que é o meu lugar”.
No repertório do mais popular cantor do Brasil há várias outras citações do gênero. O amor do artista pelos animais começou na infância, quando adotou um cabrito a quem batizou de Primo.
De manhã, após acordar, sempre alimentava o ‘pet’. Um dia, Primo sumiu, para tristeza do menino. Ele nunca mais comeu carne caprina em respeito ao ‘amigo’ desaparecido. A história foi relevada na biografia ‘Roberto Carlos em Detalhes’, escrita por Paulo César Araújo.
O cantor também cultiva apreço pelos gigantes do mar. Em 1981, na canção ‘As Baleias’, criticou a matança dos animais. “Não é possível que você suporte a barra / De olhar nos olhos do que morre em suas mãos / E ver no mar se debater o sofrimento / E até sentir-se um vencedor neste momento”, começa a música.
“Não é possível que no fundo do seu peito / Seu coração não tenha lágrimas guardadas / Pra derramar sobre o vermelho derramado / No azul das águas que você deixou manchadas”, diz, na sequência.
Em outra parte, ele reforça o questionamento aos caçadores em alto-mar. “Seus netos vão te perguntar em poucos anos / Pelas baleias que cruzavam oceanos / Que eles viram em velhos livros / Ou nos filmes dos arquivos / Dos programas vespertinos de televisão”.
Vegetariano ao longo de anos, Roberto Carlos gosta de investir na pecuária. Segundo artigo do portal ‘Compre Rural’, o ‘rei’ aplicou alguns milhões em touros produtores de sêmen.
Ele esteve em leilões, como em 2011, quando surgiu em evento na cidade paulista de Araras. Tornou-se um dos maiores compradores de gado da raça Nelore. Chegou a pagar R$ 1,4 milhão em um único animal. Demonstra carinho pelos bovinos.