Uma das maiores qualidades de Walter Salles é a discrição. Ao contrário de alguns (ou muitos) cineastas, ele jamais quer aparecer mais do que sua obra. Nas raras entrevistas, sempre cortês, é econômico nas palavras. Quase nada se sabe de sua vida pessoal.
Agora, está novamente em evidência devido ao sucesso internacional de ‘Ainda Estou Aqui’, filme baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, focado na biografia da mãe do autor, Eunice Paiva, personagem iluminada da resistência à ditadura militar. Após ser aplaudido de pé por 10 minutos, o longa foi premiado como melhor roteiro no recente Festival de Veneza.
Com 20 produções no currículo, entre documentários e ficções, Salles entrou para a lista de grandes diretores com ‘Central de Brasil’, ganhador de importantes prêmios, a exemplo do inglês Bafta e o Urso de Ouro do Festival de Berlim. São dele também ‘Diários de Motocicleta’, ‘On The Road’ e ‘Linha de Passe’.
Filho do banqueiro, ex-embaixador e ex-ministro da Fazenda Whalter Moreira Salles e da ex-embaixatriz e ícone de moda Elisa Gonçalves, o cineasta de 68 anos aparece nos diferentes rankings de brasileiros mais ricos. Segundo a ‘Forbes’, é o 11º maior bilionário, ao lado do irmão, o documentarista João Moreira Salles.
Para a revista de negócios, Walter Salles possui patrimônio de R$ 26,4 bilhões. A maior parte da fortuna procede de sua participação societária no Banco Itaú e na Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).
O clã Moreira Salles possui capítulo próprio na história das artes no Brasil. Seus membros sempre foram incentivadores e financiadores de projetos culturais. Dois deles se destacam: o IMS do Rio e o de São Paulo, onde o público acessa exposições gratuitamente.