Atenção: em caso de sofrimento emocional, você pode ligar gratuitamente para 188. Os atendentes do CVV (Centro de Valorização da Vida) estão disponíveis 24 horas para conversar, sem julgamentos ou críticas, respeitando os sentimentos de quem procura ajuda. Busque tratamento especializado com psicólogo ou psiquiatra para garantir sua saúde mental.
A notícia da morte de PC Siqueira, aos 37 anos, por “suicídio consumado”, segundo nota da Polícia Militar de SP, não causa surpresa. Era previsível diante do estado emocional apresentado por ele em suas últimas manifestações públicas.
Em um comentário em rede social, ele disse se sentir morto por dentro havia muito tempo. Provavelmente devido às dificuldades de um relacionamento que chegou ao fim, à penosa luta contra a depressão e o banimento da internet e da mídia devido à acusação de pedofilia. Aliás, foi inocentado, porém, o estrago na carreira e na vida se mostrou irreversível.
Diante de seu triste fim, resta usar sua expressão mais conhecida: "maspoxavida".
PC se tornou o retrato do homem que superou obstáculos, atingiu o ápice e sofreu uma queda irrecuperável. O menino alvo de severo bullying pelo estrabismo – a ponto de abandonar a escola – virou um youtuber de sucesso. Depois, garoto prodígio da MTV e um dos influenciadores mais bem remunerados do país.
Agora será lembrado como uma vítima fatal de transtorno mental (são mais de 20 milhões de brasileiros deprimidos) e da cultura do cancelamento. Ele foi julgado e condenado antes da investigação oficial. Perdeu amigos, fontes de renda, a popularidade on-line, a paz de espírito. Isolou-se.
Tragédias como a de PC Siqueira – e a da jovem Jéssica Canedo, que dias atrás tirou a própria vida após ser atacada em consequência de fake news sobre romance com Whindersson Nunes – deixaram de ser uma exceção. Estão virando rotina. Pessoas famosas e anônimas gritam por socorro. Nem todas são ouvidas e socorridas a tempo. Estamos perdendo essa guerra silenciosa.