Uma tradição na França une pobres e ricos: o casamento simples. Diferentemente do Brasil, onde a cerimônia é vista como um evento de ostentação das famílias dos noivos, lá o mais importante é a simbologia do ritual.
No sábado (10), um dos jovens mais ricos do planeta se casou. Vice-presidente da joalheria Tiffany & Co., Alexandre Arnault, 29 anos, disse “sim” para a estilista Géraldine Guyot, fundadora da grife de acessórios D’Estrëe.
Ele é filho de Bernard Arnault, número 2 no ranking de maiores bilionários (patrimônio equivalente a R$ 995 bilhões), dono de mais de 70 marcas de alto luxo, entre as quais Louis Vuitton, Christian Dior, Marc Jacobs, Givenchy, Moët & Chandon e Hublot.
Discretos, Alexandre e Géraldine optaram por um casamento com a presença apenas de parentes e amigos. Decoração majestosa? Trajes caríssimos? Banquete nababesco? Imprensa na porta? Convidados famosos? Influencers? Non, merci.
Depois da cerimônia reservada, o casal levou as pessoas mais próximas para tomar café da manhã em um restaurante acessível a qualquer morador ou turista em Paris, o Carette, perto da Torre Eiffel. Comeram baguette, croissant, pain au chocolat. Tem coisa melhor?
Paradoxalmente, na terra dos glamourosos Chanel e Yves Saint Laurent não há os excessos tão comuns aos casamentos brasileiros, onde predomina o exibicionismo de todos os envolvidos (noivos, famílias, convidados) e cultiva-se a supervalorização do aspecto de caro em cada detalhe.
O comedimento francês é compreensível: quem é rico de verdade, e não apenas metido a rico, tem autoconfiança suficiente para não precisar esfregar seus bilhões na cara de ninguém. “Agradar a si mesmo é orgulho; aos demais, vaidade”, refletiu o filósofo francês Paul Valéry.
Dos ganhos pessoais como alto executivo e de sua parte na herança paterna, Alexandre Arnault possui o equivalente a R$ 105 bilhões. Quem o vê de jeans e tênis nas ruas de Paris, meio tímido, fazendo questão de passar despercebido, nem imagina a fortuna e o poder que ele tem.