Em setembro, a direção do mais popular concurso de beleza do planeta, o Miss Universo, anunciou o fim da restrição etária para as candidatas. Antes, elas tinham de ter entre 18 e 28 anos.
A intenção é evitar o etarismo, discriminação relacionada à idade. A nova flexibilização acontece após a autorização feita em 2022 para que casadas, mães e divorciadas também possam concorrer ao título.
Um dos maiores especialistas do assunto no Brasil questiona a eficácia dessa abertura. “Na minha opinião, não é justo uma competição entre mulheres com idades tão distantes. Uma menina de 19 anos competir com uma mulher de 40, por exemplo”, afirma o missólogo Evandro Hazzy, da empresa Hazzy Top Talent.
“Fisiologicamente falando, a pele não é a mesma, os hormônios, o colágeno é diferente e, principalmente, o pensamento, a maturidade, o psicológico, os objetivos de vida são outros.”
Na opinião dele, o Miss Universo deveria priorizar jovens em busca de projeção e experiência. “Eles poderiam deixar essa oportunidade para uma garota que está começando a construir sua vida. Uma mulher de 40 anos, normalmente, já tem uma vida pré-definida, profissional e pessoalmente, entre outros diversos aspectos.”
Com a experiência de quem conduziu 8 mulheres ao título de Miss Brasil, Hazzy diz que os concursos de beleza passam por uma mudança relevante. “Ser miss, hoje, é muito mais do que ganhar a coroa. É representar uma ideologia, ter visibilidade. A miss se torna porta-voz de muita gente necessitada de fala, leva seu discurso para o debate público e tem a chance de discutir questões sociais importantes e urgentes.”
A próxima edição do Miss Universo será no dia 18 de novembro, em San Salvador, capital de El Salvador. A atual ocupante do posto, R’Bonney Gabriel, dos Estados Unidos, passará a faixa e a coroa. Desde o ano passado, o evento pertence à empresária transexual tailandesa Anne Jakrajutatip.