A vitória consagradora de Fernanda Torres como Melhor Atriz de Drama no Golden Globes por ‘Ainda Estou Aqui’ injeta uma dose generosa de orgulho e autoestima em uma população que busca (e merece) boas notícias para amenizar a dura realidade e o complexo de vira-lata.
Venceram 217 milhões de brasileiros e, especialmente, 105 milhões de mulheres que formam este País tão belo e injusto, grandioso e subestimado, complexo e aprazível.
Indiscutivelmente, a arte é um dos caminhos para o Brasil cumprir sua vocação a ser potência. Somos criativos, ousados, admiráveis. Precisamos contar mais nossas histórias para que as plateias fora daqui respeitem quem somos e como somos.
Com sua atuação – concisa e, ao mesmo tempo, arrebatadora –, Fernanda Torres representa a força feminina, o valor da maternidade, o amor como suporte para a dor, a importância de exigir justiça e a capacidade de rir apesar das feridas na alma.
Como artista, ela ressalta a versatilidade típica dos atores brasileiros: foi da comédia escrachada em ‘Os Normais’ e ‘Tapas & Beijos’ para um filme dramático, das personagens à beira de um ataque de nervos para a cerebral e discreta Eunice Paiva. Merece aplausos, memes e mais torcida.
Que venha o Oscar.