Aos 51 anos e mãe de dois filhos, Eliana vê com compreensão a maneira rígida como foi educada pelos pais. Em entrevista a um podcast na quinta-feira, 10, a apresentadora do Saia Justa relembrou os 'tapas e cintadas' que recebia na infância e garantiu que não guarda ressentimentos. A ex-SBT também fez questão de destacar seu passado humilde, época que ela não abre mão de revisitar em suas memórias.
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A mãe de Arthur, de 13 anos, e Manuela, de 7, reviveu as lembranças não tão 'doces' de sua infância em uma conversa ao podcast da revista WOW. Durante o bate-papo, Eliana admitiu que apanhava dos pais, mas não levou a prática adiante com seus filhos. "Lógico que eu tomei uns tapas da minha mãe, mas hoje em dia eu não faço isso com os meus filhos", pontuou.
Para a apresentadora, os pais José e Eva batiam nela por uma mentalidade antiquada de educação rígida, com pouca abertura ao diálogo.
"Se a gente tivesse essa consciência lá atrás, eu tenho certeza que minha mãe teria me ouvido mais, que meu pai não teria brigado tanto, eu não teria tomado os tapas ou as cintadas que, às vezes, eu tomava. Eu e a maioria das crianças. Não estou falando só de mim e também não julgo e não culpo meus pais por isso, porque foi a educação que eles tiveram", destacou.
Passado humilde
No entanto, os 'tapas e cintadas' citados por Eliana a incomodavam menos que os olhares de outras pessoas. Isso porque, antes de se tornar apresentadora, a cantora de Os Dedinhos enfrentou uma infância com limitações financeiras e foi alvo de discriminação.
"Eu vivi esse preconceito por ser uma criança mais simples, vivendo com crianças mais abastadas. E isso que faz o caminho, que a gente caminha pro resto da vida infância, é o alicerce pra gente montar o que a gente é quando é adulto", ponderou.
Apesar das lembranças difíceis, Eliana pensa no passado com gratidão. "Eu não deixo de revisitar o meu passado, nem as coisas boas, nem as coisas ruins. Essas coisas ruins me fortalecem, sim, elas que me dão força", afirmou.
Para a apresentadora do Saia Justa, sua criação simples impactou positivamente na forma como enfrentou obstáculos pelo sucesso e na maneira como vê o mundo até hoje. "Se eu tivesse sido uma criança superprotegida, talvez eu não teria chegado aonde eu cheguei, talvez eu não teria tido a força de correr atrás e ter buscado aquilo que eu acreditava para mim", argumentou.
O olhar carinhoso para o passado é tanto que Eliana decidiu comprar um apartamento no mesmo prédio em que seu pai foi zelador, época que ainda era uma criança.
"Sabe a menina, a filha do seu José, da dona Eva, filha do zelador, que cresceu. E hoje, minha mãe mora no mesmo prédio aonde meu pai foi zelador. Eu comprei o apartamento para eles lá, então muitos moradores são daquela época. Eu encontro com eles no hall de entrada, na garagem, no elevador. Eles viram aquela criança crescer", detalhou.
Já o que a fez mal, ela prefere não remoer. Segundo Eliana, as dores existem, mas com terapia e maturidade é possível filtrá-las: "A gente, adulto, eu acho que a gente consegue filtrar. Dói, é difícil, mas é também não deixar se seduzir pelo que te faz mal, é tentar canalizar as emoções. Não é fácil, mas aí são muitos anos de terapia. A minha terapeuta, foi uma das minhas professoras, é a minha psicóloga já de anos, desde a faculdade".