Tatiane Cariani, esposa do influenciador fitness Renato Cariani, de 47 anos, se pronunciou pela primeira vez nas redes sociais, nesta quarta-feira, 13, sobre a operação da Polícia Federal que apura o desvio de produtos químicos para produção de drogas. O marido dela é um dos sócios da empresa Anidrol, que estaria envolvida no esquema, e por isso, foi alvo de busca e apreensão nesta terça-feira, 12.
A influenciadora iniciou o assunto falando dos desafios enfrentados ao longo do tempo em que o casal se expõe nas redes sociais. Ela afirmou que eles já passaram por momentos difíceis e que as vezes pensa em desistir de trabalhar com isso.
"Nesse decorrer de tempo onde você vem aqui, mostra sua família, seus filhos, seu relacionamento, seus funcionários, tem vezes e fases que você fala: 'poxa eu vou desistir disso daqui, não vou mais aparecer por aqui'. Porque são tantas pessoas ruins, tantas mentiras ouvidas, lidas. Essa não foi a primeira vez, já teve vários outros casos", afirmou ela.
Em seguida, ela disse que também há muitas pessoas boas que fazem questão de conhecer a família, expressando gratidão pelas mensagens positivas e pelas vidas que afirmam ter sido transformadas pelo trabalho do casal.
"Não é fácil, mas tem muita gente boa, maravilhosa, que pega horas de filas pra vir conhecer o Renato, para vir conhecer nossa família. Pessoas dizendo que mudamos a vida delas mostrando nosso dia a dia.
Então é por isso que a gente continua, porque Deus não nos coloca em um lugar que não temos que estar e provações acontecem", acrescentou ela, mencionando também o peso emocional do mês, devido ao aniversário de um ano da perda de seu pai.
Cariani se disse surpreso
Nas redes sociais, Cariani se disse surpreso com a operação da PF. "Pela manhã, eu fui surpreendido com um cumprimento de mandado de busca e apreensão da polícia na minha casa, onde eu fui informado que não só a minha empresa, mas várias empresas estão sendo investigadas em um processo que eu não sei, porque ele corre em segredo de Justiça”, afirmou em um vídeo publicado em sua conta no Instagram.
Segundo Cariani, seus advogados entrarão com um pedido para saber do que trata a investigação, mas confirmou que a busca e apreensão foi realizada com todos os sócios da empresa investigada.
“Uma das empresas que sou sócio, que é a que está sofrendo investigação, ela foi fundada em 1981, tem mais de 40 anos de história, é uma empresa linda, onde minha sócia com 71 anos de idade ainda é a grande administradora, a grande gestora da empresa, é quem conduz a empresa, Uma empresa com sede própria, que tem todas as licenças, todas certificações nacionais e internacionais, uma empresa que trabalha totalmente regulada. Então, para mim, para a minha sócia e para todas as pessoas foi uma surpresa, como foi para você também”, declarou.
O empresário e educador físico agradeceu as mensagens de carinho de seus seguidores, que o acompanham em podcasts e em sua rotina diária, que compartilha nas redes sociais.
“Muito obrigado pela mensagem de cada um de vocês, por todas as postagens, obrigado de verdade, e logo que eu tiver acesso a esse processo eu divido com vocês o que realmente foi, porque não tenho acesso por enquanto, tá bom? Mas eu tinha que dividir aqui o que foi”, finalizou.
Renato Cariani é um dos maiores influenciadores do mundo fitness no Brasil. Em seu perfil no Instagram, ele possui mais de 7,3 milhões de seguidores, além de outros 6,3 milhões de inscritos no YouTube. Em seu site, ele afirma que é formado em Administração de Empresas, Química e Educação Física.
O influenciador também já competiu no fisiculturismo, e é conhecido por auxiliar vários famosos no processo de emagrecimento e ganho de massa muscular.
Operação
Denominada Operação Hinsberg, a ação tem como objetivo acabar com a organização criminosa que desviou produtos químicos para produção de drogas. Ao todo, foram expedidos 18 mandados de busca e apreensão em endereços de São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
De acordo com a PF, as equipes descobriram durante as investigações que o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando “laranjas” para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais. Essas pessoas seriam vítimas que figuraram como compradoras.
A polícia identificou 60 transações envolvendo essa organização, todas falsas, totalizando cerca de 12 toneladas de produtos químicos, como fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila. Isso corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo, conforme a PF.
As investigações também apontam que eram usadas várias metodologias para ocultar e dissimular a procedência ilícita dos valores recebidos, como interpostas pessoas, ou ‘testa-de-ferro’, e empresas fictícias.
Os investigados podem responder pelos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico, bem como pelo crime de lavagem de dinheiro. As penas podem ultrapassar 35 anos de prisão.
A ação foi realizada pela Polícia Federal, em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco do MPSP) de São Paulo, e a Receita Federal.