Desde março de 2023, Leo Esteves é o empresário de Roberto Carlos. Nestes 19 meses, a carreira do maior artista do Brasil ganhou novo fôlego.
Ele fez shows em cidades onde não se apresentava havia décadas e cantou em lugares maiores, possibilitando reunir grande número de espectadores.
Por sua fama e fortuna, o ídolo poderia viver encastelado, sem trabalhar, mas optou por rodar o país e o exterior para se conectar com os milhões de fãs.
“A nova gestão de Roberto Carlos resgata a velha máxima, atribuída a Milton Nascimento, de que o artista deve estar onde o povo está, adaptando essa filosofia às realidades da idade e do tempo de carreira dele, garantindo que suas apresentações atendam às expectativas do público enquanto preservam seu bem-estar”, explica o perfil ‘O Rei Roberto Carlos de fãs para fãs’ no Facebook.
Realmente, em ‘Nos Bailes da Vida’, o genial Bituca canta: “Todo artista tem de ir aonde o povo está / Se foi assim, assim será / Cantando me desfaço e não me canso / De viver nem de cantar”.
Aos 83 anos, o rei do romantismo se mostra revigorado em sua nova fase, com agenda lotada. Leo Esteves conseguiu o que parecia impossível: torná-lo ainda mais popular.
Em entrevista à ‘Veja’, o ex-empresário de Roberto Carlos, Dody Sirena, criticou a estratégia do sucessor. “Se fosse seu empresário hoje, não faria o que ele está fazendo. É um show a cada esquina”, disse.
A presença constante do cantor na estrada pode ter uma razão bem mais profunda. “Ele mesmo afirma que, ao estar no palco, sente-se livre de problemas; o lugar onde as memórias dolorosas são silenciadas pelos aplausos que o acalmam e pelos sorrisos que enfeitam sua vida com alegria e cores”, diz a página de admiradores citada anteriormente.
Na canção ‘Eu Ofereço Flores’, que dá nome à atual turnê, vários trechos chancelam essa teoria de que os shows são uma terapia ao cantor abalado pela perda de várias pessoas amadas.
“Olhares e sorrisos / Me dão o que eu preciso / Sentir nesses momentos / No coração e na alma / O aplauso que me acalma / Alívio aos sofrimentos”, canta.
“E, olhando pra vocês / Eu vejo esses sorrisos / Que enfeitam minha vida / De alegria e cores / De todo o coração / Por tudo isso, então / Eu ofereço flores.”
Filho caçula do saudoso Erasmo Carlos, Leo Esteves fez excelente trabalho de revitalização da carreira do pai: ajustou o repertório, viabilizou o lançamento de filme e biografia, possibilitou condições para o ‘Tremendão’ realizar o desejo de continuar a se apresentar mesmo fragilizado.
Agora, ele transfere todo o carinho e atenção para Roberto Carlos, por quem é tratado como um filho do coração. Provavelmente, Leo ameniza a dor da ausência de Dudu Braga, o caçula do cantor que o acompanhava sempre que possível e cuidava de sua obra. Ele morreu aos 52 anos, em setembro de 2021, de câncer.
Um filho nunca substituiu outro, porém, ter alguém amoroso e confiável por perto é tudo o que Roberto Carlos precisa para renovar suas forças a fim de seguir em frente, mesmo abalado por tantos lutos nos últimos anos. As plateias do mundo agradecem.