Foquinha sonha com programa de TV, mas admite inseguranças: "Me saboto o tempo inteiro"

Conhecida por conteúdos produzidos para o YouTube, jornalista lembra episódio de burnout e revela como lida com o estresse online

24 out 2022 - 05h00
(atualizado às 15h06)
Foquinha, jornalista e apresentadora
Foquinha, jornalista e apresentadora
Foto: @foquinha_

"Olá, internet!". É assim que Fernanda Catania, de 34 anos, mais conhecida como Foquinha, costuma saudar os mais de 2 milhões de inscritos que possui em seu canal no YouTube. Paulistana da gema, ela é um dos maiores nomes do jornalismo independente atual: são mais de 918 mil fãs no Instagram e 381 mil do TikTok

Youtuber desde 2010, antes mesmo da popularização do termo, Foquinha conquistou seu espaço no universo digital e se tornou influenciadora e exemplo de empreendedorismo. Mas o sucesso não é sinônimo de autoconfiança. 

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"Eu me autossaboto o tempo inteiro. Penso que não vou concretizar algo; nas incertezas; achando que não vou conseguir realizar alguma tarefa, achando que as coisas são muito para mim. É muito bom poder trabalhar para você mesma, mas tem esse bando de inseguranças e pressões juntas. Hoje, me enxergo como empreendedora, mas nem sempre foi assim. Demorei para entender", revela, em entrevista ao Terra.

Carro-chefe de Foquinha atualmente, a produção de conteúdo online nunca foi, de fato, seu sonho. O que ela quer mesmo é ter seu próprio programa de televisão.

Foquinha, jornalista e apresentadora
Foto: @foquinha_

Até mesmo por isso, decidiu cursar jornalismo na PUC-SP, trabalhou em alguns veículos de comunicação, e viu no Youtube uma ponte para realizar a si mesma de alguma forma. A jornalista garante que pretende encontrar um tempinho para atingir esse objetivo, em meio aos dois vídeos semanais que libera na plataforma de vídeos, os episódios do podcast Donos da Razão e trabalhos que fecha por fora.

"Tenho muita coisa para realizar. Comecei meu canal querendo fazer algo na TV e é algo que eu ainda tenho muita vontade. Apesar de ter feito participações, quero um programa meu. Essa vontade é muito forte, algo na linha de talk-show ou documental. Independentemente do formato, algo com a minha cara e diferente do que temos hoje", descreve. 

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Convivência com uma 'impostora'

Como jornalista independente, o nome de Foquinha se tornou sua maior fonte de renda ao longo da carreira. No entanto, ao mesmo tempo que aumentava o prestígio por seu trabalho, crescia também o medo de falhar e de ser exposta, ambos sintomas da Síndrome de Impostora, que tem como principal característica a autossabotagem.

Foquinha, apresentadora e jornalista
Foto: @foquinha_

Foquinha se orgulha de ter começado do zero e hoje viver com estabilidade. Desde que passou investir mais em si mesma - há "pouco tempo" - contratou mais pessoas, montou um "QG" para gravar e tratar de negócios. 

"Hoje sou mais segura do que já fui, mas ainda sou muito insegura. Apesar de ter estabilidade, tenho medos. Eu construí [meu canal]; o que tenho hoje eu semeei do zero. Não ganhei, não nasci rica, nem herdeira [...] e como muito depende de mim, sempre dá aquele medo de não conseguir fazer o trabalho direito, de não ter mais [a empresa]", admite. "Essa falta de confiança é algo que trabalho muito e não sei se algum dia conseguirei ser 100% segura, ainda mais nesse meio [digital] que tem sempre tanta coisa acontecendo". 

"Demorei para me colocar em primeiro lugar"

Se hoje tem consciência de suas questões emocionais, até o ano passado ela não dava muita atenção à saúde mental. O objetivo era prosperar, então Foquinha emendou trabalhos e dedicou os últimos 10 anos à produção de conteúdo para a internet. 

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Em dezembro de 2021, ela encarou um episódio de burnout. Na época, lembra, ela tinha três trabalhos de grande porte e extrema importância na mesma semana. Um deles foi a apresentação do Prêmio Multishow. O estresse foi tanto que sua coluna travou.

Foquinha, jornalista e apresentadora
Foto: @foquinha_

"Era uma semana muito intensa e decisiva do meu ano. Passei por tanto estresse que travei a coluna. Tive que tomar uma injeção no posto médico do Prêmio e me conter para terminar o trabalho. Depois disso, cancelei minha agenda e entrei em 2022 com outra cabeça, percebendo que demorei para me cuidar, para me colocar em primeiro lugar", lembra.

O estresse continua sendo companhia frequente na sua rotina, mas ela desenvolveu um "passo a passo" para contorná-lo. Quando está sob muita pressão, compartilha tarefas com sua equipe, dedica algum tempo para respiração e meditação. A psicoterapia tem sido sua aliada nessa jornada.

Foquinha, jornalista e apresentadora
Foto: @foquinha_

O episódio de burnout mudou também a maneira como a jornalista lida com as críticas e com suas entregas para as redes sociais. Segundo ela, que tinha o hábito de passar por cima de seus problemas pessoais para gravar vídeos e evitar críticas, tomou consciência de que suprimir seus sentimentos não seria saudável.

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"Às vezes eu fazia um esforço enorme para produzir, mesmo mal. Quem me acompanha nota quando não estou bem, porém tem gente que faz críticas e não ao meu trabalho, a mim mesma. Hoje, entendo que às vezes é melhor deixar de fazer algo. Não preciso passar por isso, por cima do que sinto", compartilha. 

Fonte: Redação Terra
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