O pesquisador Rafael Basso, amigo do fotógrafo Flávio de Castro Sousa, postou vídeo com atualização do caso. O mineiro, de 36 anos, desapareceu em Paris no dia 26 de novembro, data em que retornaria ao Brasil.
“A polícia tem trabalhado de forma diligente, analisando imagens e conduzindo investigações. Até o momento não há indícios de violência”, diz.
“O Flávio aparece sozinho nas imagens capturadas e, em determinado momento, ele desaparece. Considerando o local, não se descarta a possibilidade que ele tenha caído no Sena novamente. O caso permanece aberto e as buscas continuam sendo realizadas.”
Em mensagens de WhatsApp ao estudante de moda Alex Gautier, o fotógrafo relatou ter sofrido uma queda no rio que corta Paris na madrugada do dia 26 ao passear na Île aux Cygnes (Ilha dos Cisnes).
Segundo ele, teria ficado algumas horas na água até ser socorrido por bombeiros e levado a um hospital. Como perdeu o voo 8067 da Latam, às 12h daquele dia, com destino a São Paulo, foi até o escritório da agência onde locou um apartamento para solicitar a renovação da estadia.
No suposto último contato com Gautier, a quem se referia como “namoradinho”, Flávio escreveu que estava cansado e iria dormir. Depois disso, nunca mais deu notícia. Suas malas foram encontradas no imóvel. O celular, em um vaso de planta na frente de um restaurante.
“... uma resposta foi dada à mãe do Flávio, detalhando as principais linhas de investigação até agora”, afirma Rafael Basso no vídeo. “Situação que exige respeito tanto ao tempo das autoridades quanto ao da família.”
Na sequência, o pesquisador fez longa reflexão filosófica. “O desaparecimento do Flávio nos confronta com questões fundamentais do sentido da existência humana. O valor da vida e aquilo que realmente nos motiva a continua vivendo”, iniciou.
Basso sugere que o fotógrafo possivelmente vivia em ambiente “solitário e muito desgastante”. Pediu que não sejam feitos prejulgamentos e ressaltou a importância da “escuta do outro” e “do silêncio do outro”.
“Outro aspecto que emerge é o cuidado com a saúde mental. Vivemos tempos em que o trabalho sobre si mesmo foi muito banalizado. Terapia virou tendência, medicamentos são tratados com descaso e os desafios emocionais são frequentemente ridicularizados.”
O pesquisador, que mora em Paris e liderou a mobilização do amigo desaparecido, comunicou seu afastamento das buscas. “Hoje, então, eu me retiro publicamente desse caso. Meu vínculo com Flávio, sua história e o impacto de sua ausência permanecem vivos em mim.”
A mãe do fotógrafo, Marta Maria de Castro, que vive no interior de Minas Gerais, continua a postar no Facebook apelos por notícias dele.
Alex Gautier colocou na internet um vídeo de cenas românticas com Flávio de Castro Sousa na convivência em Paris. “Sentimos muito a sua falta. Eu te amo”, escreveu.
Atenção: em caso de sofrimento emocional, você pode ligar gratuitamente para 188. Os atendentes do CVV (Centro de Valorização da Vida) estão disponíveis 24 horas para conversar, sem julgamentos ou críticas, respeitando os sentimentos de quem procura ajuda. Busque tratamento especializado com psicólogo ou psiquiatra para garantir sua saúde mental.