Pouco depois das 18h de quarta-feira (9), o carro funerário deixou a casa de Gal Costa levando o corpo da cantora.
Uma lona preta foi usada para impedir que o caixão fosse visto sendo colocado no veículo.
Diante do imóvel havia equipes de TV e alguns fãs. Uma movimentação atípica na rua Espanha, no Jardim Europa.
A artista, que morreu aos 77 anos, escolheu se refugiar em um dos bairros mais nobres e tranquilos de São Paulo.
Ali, há casas grandes com muros altos e muitas árvores nos quintais e nas calçadas, com valor a partir de R$ 3 milhões. O trânsito é quase exclusivamente de moradores.
Ainda que rica, Gal não vivia em uma mansão daquelas que habitam o imaginário de fãs. Preferia o conforto sem ostentação.
Com arquitetura moderna, traços retos e sem ornamentos, o imóvel barra o olhar de curiosos com portão de ferro e um muro de pedras.
A construção reflete a personalidade discreta de sua dona. Gal gostava de privacidade. Tinha horror da superexposição tão comum no mundo das celebridades.
Nada de abrir as portas para revistas ou vídeos reveladores no Instagram. A diva da MPB fez da casa o seu templo de paz.
Ali, não era a grande estrela dos palcos, e sim a mãe de Gabriel, o rapaz de 17 anos que teve a sorte de ser escolhido para ser seu filho.
Nascida em Salvador, Gal passou a maior parte da vida no Rio, mas tinha um carinho especial pela capital paulista, onde vivia desde 2012.
"São Paulo tem uma coisa séria com que me identifico", disse à 'Veja'. "As pessoas trabalham e são pontuais, gosto disso."
A artista já havia morado na cidade nas décadas de 1960 e 1970. Ocupou desde uma quitinete na Avenida São Paulo até um apartamento enorme típico da Avenida São Luís.
Nos últimos anos, saía pouco. Gostava dos shoppings Iguatemi e Higienópolis, de padarias com produtos orgânicos (ela seguia a filosofia alimentar macrobiótica) e do badalado restaurante Spot, na região da Avenida Paulista.