Após 4 anos sendo demonizada por Jair Bolsonaro e seus discípulos, a classe artística voltará a frequentar o Poder Executivo.
Eleito para o 3º mandato, Lula mantém boa relação com o audiovisual desde a primeira candidatura à presidente, em 1989.
Foi naquele ano que dezenas de famosos gravaram o jingle ‘Lulalá’, que ganhou nova versão na recente campanha vitoriosa.
Atores da Globo devem ter trânsito livre nos palácios de Brasília. Muitos contratados do canal declararam voto no petista.
Entre eles, José de Abreu (no ar em ‘Mar do Sertão’), Paolla Oliveira (vista agora em ‘Cara e Coragem’) e Grazi Massafera (‘Travessia’).
A turma da MPB também votou em peso no ex-presidente. Destaque para Daniela Mercury, que se tornou amiga da futura primeira-dama, Janja Silva.
Militaram por Lula também Chico César, Caetano Veloso, Chico Buarque, Zeca Pagodinho, Emicida, Paulo Ricardo e Júnior Lima, além de tantos outros.
Há uma movimentação em torno do presidente eleito para que o Ministério da Cultura — que será recriado após a extinção no governo Bolsonaro — seja ocupado por um artista de renome.
Lula conta ainda com o apoio valioso de alguns dos mais poderosos influenciadores e formadores de opinião do País.
Estão ao lado dele Felipe Neto, Casimiro, Carlinhos Maia, Bruna Marquezine, Anitta e Juliette.
Com menos experiência em internet do que a direita bolsonarista, a esquerda lulista vai precisar da visibilidade dessas webcelebridades para amplificar ideias e projetos, conquistas e resultados.
Enquanto isso, os sertanejos devem ficar de fora dos holofotes do poder. Pela ligação com o agronegócio, apoiaram em massa a reeleição de Bolsonaro.
Posaram com o atual presidente estrelas como Leonardo, Gusttavo Lima, Chitãozinho e Sula Miranda.
Derrotados com o atual presidente, eles dificilmente irão mudar de lado. A mesma polarização tóxica vista nas redes sociais e na sociedade em geral rachou o universo da música.
Será um desafio para o novo ocupante da cadeira presidencial tentar uma aproximação com a elite sertaneja, os cantores gospel e os lutadores de MMA, cooptados pelo bolsonarismo.
Alguns nomes estrelados desses grupos já foram eleitores de Lula, como o cantor Zé di Camargo, que chegou a receber o então presidente em sua casa para um almoço. Depois, ele rompeu se dizendo decepcionado com o governo do PT.
Atores, produtores e diretores de teatro e cinema esperam que Lula revigore fomentos para as artes, como a Lei Rouanet, que usa a renúncia fiscal como incentivo a grandes empresas para patrocinarem peças, filmes, shows e outros conteúdos artísticos.