Em meio à disparada de interesses por podcasts e documentários de true crime, a Globo decidiu resgatar seu principal programa policial, o "Linha Direta", que teve episódios exibidos entre 1990 e 2007.
Segundo a coluna de Patricia Kogut, no jornal O Globo, o projeto de resgate ainda está em fase inicial e sendo desenvolvido em sigilo pelo diretor Mariano Boni.
O sucesso do podcast/série sobre o Caso Evandro, na Globoplay, teria alertado para o interesse do público nas notícias de crime real. E o fenômeno da audiência da série sobre o assassinato de Daniella Perez, na HBO Max, só confirmou a tendência.
Além disso, um canal independente que reúne edições antigas do próprio "Linha Direta" virou um fenômeno no YouTube, com quase 200 mil inscritos e 3 milhões de visualizações em alguns episódios.
Ainda não há detalhes sobre quem seria o novo apresentador, nem se a atração seguirá o mesmo formato dos últimos anos em que ficou no ar.
A versão original do "Linha Direta" estreou em março de 1990 com casos de crimes em que os suspeitos estavam foragidos da Justiça. O programa exibia simulações feitas por atores e depoimentos de testemunhas. Essa primeira fase do Linha Direta ficou no ar até julho daquele ano, apresentada por Hélio Costa.
Em 1999 o programa voltou, desta vez sob o comando de Marcelo Rezende (1951-2017), com base em noticiários recentes, mas também reconstituindo casos célebres, como o assassinato de Ângela Diniz. Domingos Meirelles assumiu o programa em 2002 e permaneceu até o fim da atração, em 2007.
Ao longo de sua exibição, a produção jornalística contribuiu para a prisão de quase 400 foragidos. Em setembro de 2002, representantes do Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos Humanos afirmaram que a atração era de utilidade pública.
"Linha Direta" também teve edições especiais sobre casos com elementos sobrenaturais, como o do Edifício Joelma e o da Operação Prato.