Marcos Mion seria o nome perfeito para assumir a apresentação do ‘Big Brother Brasil’ no lugar de Tiago Leifert. Mas, ao olhar além do óbvio, o nome de Fernanda Gentil se mostra mais interessante e traz forte simbolismo.
Inteligente, debochada e boa de improviso, a jornalista tem credenciais para comandar o mais bem-sucedido reality show da televisão brasileira. Seria saboroso vê-la usar seu humor cínico ao interagir com os confinados na casa.
A escalação de Gentil teria um peso político relevante: mulher, membro da comunidade LGBTQIA+ e ativista de causas sociais. Tal perfil merece maior representatividade no principal veículo de comunicação do País.
Muitos daqueles que acompanham e apreciam o trabalho da apresentadora se sentem frustrados com o seu aproveitamento na Globo. Ela trocou o ‘Globo Esporte’ pelo entretenimento no final de 2018. Houve enorme expectativa.
No ano seguinte, estreou o ‘Se Joga’. A atração logo se revelou um equívoco. Fernanda foi ‘amarrada’ a um formato confuso, com quadros sem graça. No vídeo, não parecia à vontade. Não permitiram que fosse ela mesma.
Gentil é o tipo raro de apresentadora que precisa de muito pouco para brilhar: dê a ela um microfone e alguns convidados com histórias curiosas. Pronto. Ela ganha o telespectador na conversa. Sua autoironia seduz qualquer um.
No momento, a jornalista grava testes para o ‘Zig Zag Arena’, game show com temática esportiva previsto para estrear em outubro. O programa parece ser adequado ao seu estilo extrovertido. Bom mesmo seria vê-la fazendo pegadinhas com vilões, mocinhos e 'plantas' do ‘BBB22’.
Em tempo: o ‘Big Brother Brasil’ já teve uma apresentadora. Na primeira edição, no ar de janeiro a abril de 2002, Marisa Orth dividia o estúdio com Pedro Bial. Eles até tinham ‘química’, porém, não deu certo.
A maior parte do público esperava ver a Magda do ‘Sai de Baixo’, mas quem estava ali, diante das câmeras, era a atriz despida da personagem, tentando entender um gênero que estreava na TV.
Ela protagonizou erros e gafes. Sua participação foi reduzida aos poucos. “Pude experimentar o fracasso”, disse Orth ao jornal ‘O Estado de S. Paulo’. Não voltou na segunda edição.