Em 2013, após um longo dia de gravações de Flor do Caribe nos Estúdios Globo, Grazi Massafera entrou no carro para ir embora quando levou um choque: havia uma espécie de boneca de vodu sentada na cadeirinha no banco de trás, usada para acomodar a filha dela, Sofia, com 1 ano na época.
“Colocaram uma boneca pintada com esmalte vermelho no pescoço, no pé, toda estragada”, contou a artista à revista Cláudia. “Era para me assustar mesmo.”
Ela se assustou, mas não desistiu de seguir em frente com o projeto de se tornar uma atriz consistente.
Hoje, Grazi tem o respeito da classe artística e da imprensa – os atores e jornalistas que a depreciavam pelas costas agora se calam diante de seu crescimento profissional.
Grazi diz ter sofrido ao ser explicitamente rejeitada em seu início na Globo. Serena, compreende a resistência à sua presença em produções de destaque da teledramaturgia.
“Eu não era atriz, não tinha nenhum curso na área e vinha do BBB. O que parecia que eu queria? Glamour, fama e dinheiro. Pensam que todo mundo que entra nessa profissão quer isso. Mas é mentira”, explica.
Aquela Grazi insegura que estreou em novelas como a Thelminha em Páginas da Vida (2006) não existe mais. Deu lugar a uma atriz segura e com formação sólida, inclusive com cursos no exterior.
O que se mantém igual é o carisma. Uma qualidade que não se aprende em nenhuma escola de interpretação. Grazi humaniza suas personagens e estimula o telespectador a experimentar as emoções sugeridas no roteiro.
No momento, a atriz exibe o talento amadurecido em Bom Sucesso, na faixa das 19h. A costureira Paloma é sua criação mais sensível em 13 anos de carreira.
Uma mulher dividida entre a dura realidade da vida e a fantasia das histórias dos livros. Uma personagem poética que parece, ela própria, saída de um conto de fadas.
A vida de Grazi, aliás, tem todos os ingredientes de uma história de princesa: o início doloroso, a ação de ‘inimigos’, o espinhoso processo de superação e, enfim, a conquista da felicidade. O vodu falhou. Ainda bem.