Já ouviu falar do Transtorno de Personalidade Narcisista e da Síndrome de Húbris? As duas desordens psicológicas definem uma pessoa que se acha mais importante do que é. Ela acredita que o mundo gira ao seu redor e exige tratamento especial.
Este perfil se encaixa em Harry e Meghan Markle. Eles foram o casal mais querido da realeza britânica do anúncio do noivado até pouco depois do casamento. Havia graça e ousadia no primeiro casal inter-racial da família real britânica.
Hoje, são vistos como dois chatos. Reclamam de tudo e todos por se sentir discriminados, perseguidos, ameaçados. A nova controvérsia – ou, se preferir, provável fanfic – surgiu a partir de suposto risco à vida deles representado por paparazzi que seguiam seu carro nas ruas de Nova York.
As autoridades locais não confirmaram ter havido perigo. A história ganhou contornos dramáticos pela associação com a morte da mãe de Harry, a princesa Diana, em desastre em um túnel de Paris durante fuga em alta velocidade de fotógrafos em motos.
O duque e a duquesa de Sussex podem até ter razão em criticar o cerco dos profissionais de imprensa a seu veículo, porém, mais uma vez, fazem de algo corriqueiro – todas as grandes celebridades passam por isso – um escarcéu desnecessário.
Exagero semelhante ao do relato dos alegados maus-tratos sofridos por Meghan no clã Windsor. Ao analisar as acusações, tudo parece menos importante do que foi ‘vendido’ à imprensa.
Até os comentários de teor racial poderiam ter sido resolvidos entre as quatro paredes dos palácios, sem a superexposição midiática com cachê milionário para dar algumas entrevistas chapa branca.
No autoescalado papel de vítima, Harry e Meghan criam uma trama que não convence. Parecem dois egocêntricos perdidos na própria narrativa fantasiosa. A insistência em demonizar a corte – um antro de vaidade, indiscutivelmente – para mera autopromoção afastou fãs que os defendiam.
Perderam status, charme e parte relevante da credibilidade. Vivem encastelados na Califórnia, contam com meia dúzia de amigos bajuladores e transmitem a imagem de milionários narcisistas criadores de intrigas.
Até o desenxabido rei Charles III consegue ser mais interessante do que o casal pretensiosamente rebelde. Harry e Meghan quiseram ser pop stars antissistema, mas são apenas irritantes e repetitivos – e, quem diria, pivôs de crescente apoio popular à continuidade da controversa monarquia que eles dizem desprezar.