A influenciadora digital Camila Loures foi condenada a pagar R$ 25 mil por danos morais a um motorista de aplicativo. O caso ocorreu em 2022, quando ela publicou vários stories em sua conta no Instagram dizendo que teria sido deixada na rua por um motorista, após se recusar a fechar as janelas do carro. Ele estava seguindo os protocolos sanitários da covid-19, orientado pela plataforma.
O processo foi aberto na 7ª Vara Cível de São Paulo. Conforme a ação, o motorista alegou que Camila teria exigido o fechamento dos vidros do veículo, e ele deixou apenas a janela do condutor aberta para a circulação de ar. Então, ela teria dito: ''mandei fechar todas as janelas'', e o homem justificou que era devido a pandemia.
Em seguida, conforme o relato do homem, ela passou a agir com certo nervosismo, dizendo que havia contratado o Uber Black. Com a situação, o motorista estacionou o carro e esperou que ela descesse, momento em que a influencer começou a filmá-lo e chamá-lo de ''ridículo''. Ele também verificou que vídeos haviam sido postados, e que aquilo ocasionou na divulgação de seu nome na imprensa. O motorista também foi banido da plataforma.
No vídeo em questão, a influenciadora fala, aos prantos, que “nunca passei por isso”. "Eu simplesmente entrei no Uber e perguntei: 'Moço, tem como fechar o vidro? Está ventando na minha cara (sic) e está frio'. Ele disse: 'Não posso fechar, protocolos da covid'", contou na época.
Versão da influenciadora
Já Camila alegou que optou no aplicativo pelo uso de aquecedor, mas os vidros dianteiros foram deixados totalmente aberto, e que pediu o fechamento de maneira gentil. ela também afirmou que não ofendeu o motorista e não expôs sua imagem à situação vexatória.
O juiz José Carlos de França Carvalho Neto ouviu os dois, além da testemunha, que estava com Camila no momento em que o caso ocorreu, além de analisar os vídeos veiculados nas redes sociais da influencer.
“É possível ver que no vídeo postado pela ré em sua rede social há exposição do autor como motorista de aplicativo responsável pela corrida, através de uma fotografia, sendo que a postura da ré assume um tom acusatório. [...] Destarte, mesmo que o vídeo com a exposição da imagem do autor tenha sido excluído após alguns minutos, é certo que, sendo a ré uma influenciadora digital, com numerosos seguidores, o vídeo logo se propagou, de forma generalizada”, ressalta o magistrado.
Carvalho ainda menciona que, a ação discute a divulgação em redes sociais a imagem do motorista, de forma não autorizada, com conteúdo ofensivo. “O que acabou por acarretar dano à imagem do autor e, consequentemente, ofensa a seu direito de personalidade”, destaca.
Diante da situação, a influenciadora foi condenada a pagar R$ 25 mil, além de arcar com as custas, despesas processuais e com os honorários advocatícios fixados em 15% do valor atualizado da condenação.
O Terra tentou contato telefônico com a defesa de Camila, mas até o momento não obteve retorno. O espaço permanece aberto para manifestações.
