Sumido e sem trabalho, depois de enterrar a carreira num escandaloso processo contra a ex-mulher Amber Heard no Reino Unido, Johnny Depp já tem data para ressurgir. Em 22 de setembro, ele receberá o prêmio honorário Donostia do Festival de Cinema de San Sebastian, no litoral espanhol.
No comunicado justificando a decisão de homenagear o controverso ator, os responsáveis pelo evento lembraram que "Depp encarnou escritores, policiais infiltrados ou foragidos, quase sempre desajustados" e fez isso com colegas como Marlon Brando, Faye Dunaway, Jerry Lewis, Penélope Cruz, Javier Bardem, Kate Winslet, Dustin Hoffman e Antonio Banderas, entre outros.
Para completar, o festival ainda descreve Depp como "um dos atores mais talentosos e versáteis do cinema contemporâneo". Ele também é um dos mais voláteis. E vale lembrar que da última vez em que foi convidado para receber um prêmio, aprontou das suas.
Homenageado em novembro passado pelo festival polonês Camerimage com outro prêmio especial por ser um "ator com sensibilidade visual única", ele faltou ao evento, preferindo enviar uma foto em que aparecia rindo com o troféu nas mãos e supostamente atrás das grades. A ideia da piada fotográfica teve péssima repercussão nas redes sociais, onde muitos a consideram um deboche diante das acusações sérias que envolvem o ator.
No ano passado, Depp foi considerado culpado de violência doméstica contra Amber Heard, veredito que ele próprio provocou ao processar o tabloide britânico The Sun por difamação na Alta Corte de Londres, acusando o jornal de retratá-lo em 2018 como um "espancador de esposa". Derrotado na ação, o ator foi condenado a pagar ao jornal 630 mil libras de custas pela defesa.
O impacto do julgamento, com a exposição da intimidade do casal, com destaque para o vício de Depp, implodiu a carreira do ex-astro, que foi forçado pela Warner Bros. a abdicar de sua participação na franquia "Animais Fantásticos e Onde Habitam", do universo cinematográfico de Harry Potter.
O ator americano estreou no cinema aos 21 anos de idade como vítima de Freddy Krueger no primeiro "A Hora do Pesadelo" de 1984, mas só se tornou popular em 2003, após estrelar o primeiro filme da franquia Piratas do Caribe.
Seu último longa foi Minamata, exibido no Festival de Berlim do ano passado e que permanece inédito no circuito comercial devido à polêmica associada ao ator.
Ele não tem nenhum outro projeto cinematográfico em desenvolvimento.