A juíza Andrea da Cruz, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, apontou o impacto da destruição das famílias devido aos jogos de azar, na decisão em que decreta a prisão do cantor Gusttavo Lima. O artista é um dos alvos da Operação Integration, que mira um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo bets.
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"O jogo do bicho, assim como outros jogos de azar, tem um efeito devastador sobre as famílias, atingindo de forma mais cruel a classe trabalhadora, que se vê presa em ciclos de endividamento e desespero", destacou a magistrada.
Na decisão, a juíza do TJ-PE também destacou que as práticas de apostas "corróem o tecido social" e fomentam a desigualdade e a destruição de famílias.
A Operação Integration é a mesma que prendeu a influenciadora Deolane Bezerra no início deste mês. Diante das investigações, Andrea da Cruz reforçou que o Poder Judiciário precisa de coragem para enfrentar "interesses obscuros" e agir em prol do bem comum, sem se deixar influenciar pelo poder econômico ou status social dos investigados.
Em comunicado enviado ao Terra, a defesa de Gusttavo Lima chamou a decisão que decreta a prisão do cantor de “injusta e sem fundamentos legais” e afirmou que não medirá esforços para provar a inocência do sertanejo.
Decisão que decreta prisão de Gusttavo Lima
O mandado de prisão preventiva foi expedido pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife. A magistrada acatou o pedido da Polícia Civil de Pernambuco. O Ministério Público de Pernambuco, na sexta-feira, 20, teria pedido a substituição de prisões preventivas por outras medidas cautelares, mas a juíza rejeitou estes argumentos.
"É imperioso destacar que Nivaldo Batista Lima [nome verdadeiro de Gusttavo Lima], ao dar guarida a foragidos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça. Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas. A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado", escreveu a juíza, no documento.
Em meio às investigações, a Polícia Civil afirma que por meio da Esportes da Sorte, uma das empresas investigadas na Operação Integration, o esquema usaria a Balada Eventos -- empresa em que Gusttavo Lima é sócio -- e outras duas empresas para lavagem de dinheiro.
A Justiça de Pernambuco já havia determinado o bloqueio de R$ 20 milhões em bens dessa empresa do cantor. Em resposta à movimentação, Gusttavo Lima, na última semana, afirmou nas redes sociais que "a Balada Eventos foi inserida no âmbito da operação simplesmente por ter transacionado comercialmente com essas empresas investigadas" e disse ter ocorrido excesso por parte da autoridade.