A cantora Luisa Sonza, de 25 anos, criticou o projeto de lei que equipara o aborto ao crime de homicídio. A artista também refletiu sobre seu quadro depressivo, o uso de medicamentos para tratar a enfermidade e a legalização de drogas no Brasil. Para ela, é absurdo a existência de uma bancada evangélica sendo que, constitucionalmente, vivemos em um Estado que deveria ser laico
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"É um retrocesso [Esse projeto de Lei] que me deixa chocada. O Estado é laico, então ter uma bancada religiosa, uma bancada evangélica, é um absurdo. Um desrespeito inclusive com as outras religiões. Cada um pode ter a sua fé. Só que não tem que interferir na saúde pública", comentou a cantora, em entrevista ao jornal O Globo. "Nunca fiz [aborto]. [Mas] faria se acontecesse alguma situação que não desejada".
Luisa Sonza já falou algumas vezes sobre seu quadro depressivo. Momentos de crise, inclusive, foram retratados em seu documentário 'Se Eu Fosse a Luisa Sonza', disponível no catálogo da Netflix e em algumas de suas músicas, como Luísa Manequim.
"Eu ceguei a perder quase completamente o cuidado comigo. Só não perdi pela carreira, eu precisava estar maquiada, bem-vestida. Quando comecei a me curar da depressão, voltei a cuidar do cabelo...".
Também no documentário, Luisa Sonza é vista em episódios de ansiedade e seu automedicando. Atualmente, ela tem lidado com a tratamento de forma mais saudável e defende o uso de substâncias medicinais. "Sou acompanhada por um psiquiatra. E tomo remédio. Muita gente abomina o remédio, mas, às vezes, a química do cérebro está desregulada. Então, por um tempo, a medicação é importante. Em excesso, realmente é prejudicial. Tive uma fase em que precisei de muito remédio. Hoje, não tomo nem metade do que já tomei e faço terapia. Nunca estive tão tranquila".
Falando em drogas, ela informou que defende o uso da cannabis para uso medicinal e outras formas de uso. Porém, para ela, o debate precisa evoluir muito no Brasil para chegarmos a uma legalização.
"Devemos sim analisar como qualquer exemplo bom pode ser aplicado na nossa realidade. Sou a favor da regulamentação, principalmente da cannabis. Isso deve ser debatido para diminuir a criminalidade e beneficiar os casos medicinais. A bebida é extremamente prejudicial, vicia, destrói vidas e está regulamentada. A criminalização das drogas é algo muito hipócrita e mercadológico também".