Médico explica impacto do lúpus em morte precoce de bailarina de Claudia Leitte

Em entrevista à CARAS Brasil, especialista revela detalhes sobre a doença autoimune lúpus e faz alerta sobre caso de bailarina de Claudia Leitte

5 nov 2024 - 18h31
Isabella Oliveira, bailarina de Claudia Leitte, morreu aos 21 anos
Isabella Oliveira, bailarina de Claudia Leitte, morreu aos 21 anos
Foto: Reprodução/Instagram / Contigo

Isabella Oliveira faleceu no último sábado, 2, aos 21 anos, após sofrer uma parada cardíaca em um ensaio. A jovem era bailarina da cantora Claudia Leitte e tinha lúpus, uma doença autoimune. Em entrevista à CARAS Brasil, o reumatologista Fabio Jennings explica o impacto do lúpus em morte precoce de Isabella.

De acordo com o especialista, o Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença sistêmica autoimune, que pode comprometer múltiplos órgãos como pele, articulações, coração, rins e sistema nervoso. "É uma doença com causa não bem esclarecida, mas existem múltiplos fatores predisponentes como sexo, herança genética, raça e infecções. É mais comum em mulheres na idade reprodutiva", informa.

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"Geralmente, o lúpus cursa com doenças associadas como hipertensão arterial, insuficiência renal e cardíaca e acidentes vasculares cerebrais. Então, a própria doença já aumenta bastante o risco de mortalidade em mulheres jovens. No caso da jovem, provavelmente as consequências da doença lúpus levaram ao evento grave e fatal", continua.

Segundo Jennings , o tratamento depende de um diagnóstico precoce e identificação dos órgãos afetados. "Se faz, primordialmente, com medicamentos imunossupressores como os corticosteroides, metotrexate, ciclofosfamida e micofenolato de mofetila; e mais atualmente, com medicamentos biológicos (anticorpos monoclonais) como o Belimumabe. É importante ainda medidas não medicamentosas como dieta saudável, exercícios físicos e prevenção do tabagismo", diz.

"Quando o lúpus acomete órgãos vitais como rins, coração, pulmões e sistema nervoso, pode ser fatal. Consequências graves da doença podem ser: insuficiência e até falência renal, insuficiência cardíaca, derrame pleural ou hemorragia pulmonar com insuficiência respiratória, acidentes vasculares cerebrais com sequelas ou ate fatais, inflamações musculares graves, artrites incapacitantes", continua o reumatologista.

O lúpus - diagnosticado na dançarina - é uma doença que pode gerar preconceito e estigma na sociedade. Fabio Jennings  aponta: "O preconceito é gerado pela falta de informação sobre a doença, que não é contagiosa ou transmissível e que necessita de suporte médico, social e da família. Atualmente, a reumatologia dispõem de critérios e exames diagnósticos mais avançados e precisos, além de tratamentos eficazes e seguros, por isso o diagnóstico mais precoce com especialistas é fundamental".

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