Quando Paulo Tarso Flecha de Lima foi embaixador do Brasil em Londres e Washington, ele frequentemente recebia na residência oficial uma visitante ilustre, a princesa Diana.
A partir da convivência em eventos diplomáticos no início da década de 1990, sua mulher, a embaixatriz Lúcia Flecha de Lima, se tornou a melhor amiga da então esposa de Charles, o herdeiro do trono britânico.
Diana tinha o casal de mineiros como confidentes. Sentia-se protegida quando estava na presença deles. Dona Lúcia aconselhou a princesa nos piores momentos de seu casamento problemático e também no tumultuado processo de separação.
Até 1997, quando morreu em consequência de acidente de carro, em Paris, Diana fez inúmeras visitas à embaixatriz brasileira, algumas registradas por paparazzi. As duas se falavam sempre ao telefone e trocavam cartas.
Aposentado, o embaixador Paulo Tarso morreu na segunda-feira (12), aos 88 anos, em decorrência de choque séptico. Ele será lembrado como um dos principais diplomatas da história do Brasil. Letrada e carismática, a embaixatriz faleceu em abril de 2017, aos 76, de câncer.
Entrevistada inúmeras vezes na TV, dona Lúcia sempre se manteve fiel a Diana: jamais contou segredos da amiga famosa. Tabloides e editoras de livros ofereceram altos cachês para que fizesse revelações sobre a princesa, mas a elegante embaixatriz nunca aceitou.
O que sabia – e era muito – morreu com ela.