The end. Acabou sem final feliz a vida de um dos mais populares atores da TV norte-americana. A morte de Matthew Perry, aos 54 anos, o Chandler de ‘Friends’, encerra uma história que renderia um filme ou até uma série, com muito drama e humor. O desfecho cedo demais era quase previsível em uma trajetória de tantos excessos.
Como relatou no livro biográfico ‘Amigos, Amores e Aquela Coisa Terrível’, ele foi confrontado pelos colegas do elenco do lendário seriado ao final das gravações da quinta temporada, em 1999. Seu estado físico e mental era deplorável.
Não conseguia mais esconder a dependência em drogas, álcool e analgésicos. Passou praticamente a metade da vida em batalha diuturna para se manter sóbrio. Foram várias internações para desintoxicação e recaídas. Altos e baixos que roubaram sua saúde e a beleza.
Paralelamente ao inferno dos vícios, ele lutava contra outro demônio interior: o medo de amar e ser abandonado. Nunca se casou. Teve incontáveis namoros e até noivados, porém, sua insegurança o boicotava.
A exemplo do que ocorreu no romance com a estrela Julia Roberts, entre 1996 e 1997. Ele estava envolvido, mas repetiu o padrão de comportamento dos relacionamentos anteriores e posteriores: arrumar um motivo qualquer para terminar por medo de que a parceira tomasse a iniciativa de romper e o fizesse se sentir rejeitado.
Perry morreu como viveu: sozinho. Ser encontrado sem vida na banheira de sua casa reforça o perfil de astro solitário. Coincidentemente, na última postagem no feed de seu Instagram, Perry aparece numa hidromassagem, talvez a mesma onde tenha morrido. “A água girando te faz se sentir bem?”, perguntou na legenda da foto. “Eu sou o Mattman.”