Com 62 anos completados em outubro, Marcia Manfredini estava eufórica por várias razões.
Em breve assinaria novo contrato para gravar a segunda temporada da série 'Família Paraíso', do Multishow, exibida atualmente na Globo.
Aguardava para 2023 a estreia de alguns trabalhos, como a participação nas séries 'Use Sua Voz' (HBO Max) e 'Marcelo Marmelo Martelo' (Paramount Brasil) e no filme 'Sincope', do diretor Luciano Ferrari.
Eleitora de Lula, para quem militou nas redes sociais e foi às ruas em eventos de campanha, ela queria testemunhar a posse do presidente para o terceiro mandato.
Mas, de repente, o imponderável se impôs. Marcia Manfredini foi dormir e não acordou mais. Um fim abrupto que comoveu parentes, amigos e fãs.
A atriz morava com a mãe, dona Cida, de 82 anos, e a filha Luiza no Tatuapé, bairro de classe média na zona leste de São Paulo. O filho Nicolas vive em Portugal, onde atua como iluminador teatral.
A veia cômica vista em vários papéis na TV — a fofoqueira Irene de 'Sandy & Júnior', a intrometida Abigail de 'A Grande Família', entre outros — reproduzia o bom humor da atriz na vida real.
Fica a impressão de uma existência injustamente interrompida. Uma morte antes da hora. Marcia Manfredini ainda tinha muito a oferecer à arte dramática.
Ainda bem que poderemos vê-la em reprises na TV, nas produções disponibilizadas na internet e nos trabalhos que ainda serão lançados.
A morte gerou a visibilidade midiática que a atriz não teve ao longo das quase 4 décadas de carreira. Como coadjuvante, ela roubava a cena, porém, não conseguia repercussão proporcional ao seu talento.
Mais um exemplo de artista que merecia ter tido mais reconhecimento da imprensa. Agora, restam as homenagens póstumas.