Era para ser uma viagem de reconexão com as raízes, terminou com um vexame em praça pública. No Instagram e no YouTube, Luisa Marilac relatou episódio de preconceito sofrido ao circular na cidade onde nasceu, Além Paraíba, interior de Minas Gerais.
“Me senti nos anos 80, quando as pessoas jogavam pedra, xingavam, tiravam sarro, debochavam”, afirma. “A praça lotada, os moleques gritando, as pessoas me xoxando.”
No vídeo, Marilac mostra que estava com vestido sem decote e comprimento abaixo do joelho. “Não estou chamando a atenção”, disse. “Nunca mais piso nessa cidade podre, lixo, sebosa... Pessoas pobres de espírito, de caráter... Não venho nem para enterrar meus parentes.”
Luisa relatou ter parado uma viatura policial após ser alvo de constrangimento. “Os policiais disseram que tinham uma ocorrência e foram embora... Viram que eu estava sendo feita de chacota, poderiam ter feito o trabalho deles.”
Com receito de agressão, a youtuber voltou para o hotel. “Sempre idolatrei Além Paraíba... Nunca mais falo que nasci aqui. Esse lugar não me merece”, desabafou. “Fui só tomar um chopp. Se eu tivesse ido para a balada, eles teriam me linchado, esses animais.”
Não é a primeira vez que Luisa Marilac – famosa pelo viral “dos bons drinques” e autora do livro ‘Eu, Travesti’ – sofre transfobia em lugar público. Em julho de 2022, ela denunciou discriminação na Bienal do Livro de São Paulo. “Lugar mais transfóbico que já estive.”
Meses antes, afirmou ter sido tratada com desrespeito em um hospital particular da capital paulista, onde foi tratada no masculino. No ano passado, Marilac fez uma greve de fome transmitida por live em protesto contra a proibição de uma mulher trans usar o banheiro feminino em um supermercado.