O influenciador Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di, recebeu liberdade provisória nesta quarta-feira (27), conforme decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Preso preventivamente desde julho, ele aguardará o julgamento do mérito de seu habeas corpus em liberdade. No entanto, a decisão inclui medidas cautelares rigorosas, como o comparecimento periódico em juízo, proibição de sair da comarca sem autorização e a suspensão do uso de redes sociais.
QUAIS SÃO AS ACUSAÇÕES QUE NEGO DI SOFRE?
Nego Di enfrenta acusações de estelionato e lavagem de dinheiro, além de responder por 17 crimes de estelionato qualificado por fraude eletrônica. Segundo o Tribunal de Justiça, ele e o sócio Anderson Boneti teriam prejudicado mais de 370 pessoas ao vender produtos que não foram entregues pela loja virtual Tadizuera, entre março e julho de 2022.
De acordo com a Polícia Civil, a movimentação financeira nas contas associadas a Dilson chegou a R$ 5 milhões durante o período investigado. A estratégia incluía o uso da imagem do influenciador para impulsionar anúncios em larga escala. Produtos como televisores, celulares e eletrodomésticos eram oferecidos, mas compradores relataram não ter recebido os itens adquiridos.
QUEM É NEGO DI?
Nego Di ganhou notoriedade nacional ao participar do Big Brother Brasil 21. Representante do grupo Camarote, ele já era conhecido por seu trabalho como comediante e influenciador digital. No entanto, sua trajetória no reality foi breve: ele foi eliminado com 98,76% dos votos após 22 dias de confinamento, uma das maiores rejeições da história do programa.
Após o programa, o influenciador passou a realizar rifas nas redes sociais, prática que também está sob investigação. O Ministério Público (MP) apura irregularidades na promoção desses sorteios, que incentivavam a compra de mais números como forma de aumentar as chances de ganhar, levantando suspeitas de manipulação.
OUTRAS POLÊMICAS DE NEGO DI
Nego Di também acumulou polêmicas envolvendo a divulgação de fake news. Em maio deste ano, ele foi condenado pela Justiça do Rio Grande do Sul a apagar postagens falsas sobre as enchentes na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele alegava que autoridades estariam impedindo salvamentos por falta de habilitação dos condutores.
Além disso, o influenciador compartilhou imagens de cadáveres boiando que, conforme constatado, não eram relacionadas às enchentes locais, mas sim a outros eventos. A Justiça determinou a exclusão das postagens e aplicou uma multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento, proibindo-o de reiterar informações falsas.