Neguinho da Beija-Flor anunciou sua aposentadoria após 5 décadas à frente da escola de samba de Nilópolis.
O cantor e intérprete Neguinho da Beija-Flor anunciou sua aposentadoria nesta quarta-feira, 20.
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Depois de cinco décadas a frente da escola de samba de Nilópolis, da Baixada Fluminense, o último carnaval do sambista de 75 anos será o de 2025.
Luiz Antônio Feliciano Marcondes, nome de batismo do cantor, comandou a Beija-Flor em 14 títulos da escola -- o último foi em 2018 -- e recebeu, por seis vezes, os prêmios Troféu Tamborim de Ouro e Estandartes de Ouro.
Nascido em Nova Iguaçu (RJ), ele estreou como puxador de samba no bloco Leão de Iguaçu, em 1970. Cinco anos depois, se juntou à Beija-Flor de Nilópolis e passou a adotar o nome da escola em seu próprio nome.
Na escola, Neguinho criou o bordão Olha a Beija-Flor aí, gente!, considerado o grito de guerra mais famoso do carnaval.
Além de puxador dos sambas da Beija-Flor, o cantor tem uma carreira com 27 discos lançados. Ele também foi enredo de quatro escolas de samba: da Unidos de Manguinhos em 1991; da Independentes de Cordovil no ano de 1992 e da Leão de Nova Iguaçu e da Juventude Imperial em 2010.
Leia abaixo a íntegra da carta de Neguinho da Beija-Flor, em que ele anuncia a aposentadoria.
O desfile de 2025 será marcado por uma emoção ainda mais especial. Além de homenagearmos o inesquecível mestre Laíla, será também o momento de nos despedirmos profissionalmente de nossa maior e inigualável voz no microfone oficial: Luiz Antônio Feliciano Marcondes, o nosso Neguinho.
Em 11 de junho de 1975, o então conhecido "Neguinho da Vala" chegou a Nilópolis, a convite do nosso presidente de honra, Anísio Abraão David, que também foi responsável por sugerir o nome artístico que se eternizou: "Neguinho da Beija-Flor". Desde então, sua voz ecoou em cada verso que cantamos, em cada vitória que celebramos e em cada nota 10 que nos fez vibrar. Agora, após cinco décadas de dedicação à Beija-Flor, ele decidiu encerrar sua jornada profissional no mesmo ano em que prestamos homenagem ao legado de seu grande amigo Laíla.
Essa despedida, no entanto, é apenas do posto de intérprete oficial. Neguinho é, e sempre será, a essência da Beija-Flor. Não há Beija-Flor sem ele. Sua história está gravada em nossas cores, nossos sambas e nossos corações.
O próximo Carnaval da Beija-Flor, portanto, terá um sabor ainda mais especial: será a celebração de uma vida inteira dedicada ao samba. Seremos, mais uma vez, testemunhas de sua grandeza, celebrando juntos uma trajetória que soma mais de 50 anos, 14 títulos, 6 Estandartes de Ouro e um grito de guerra que ecoará para sempre no Carnaval brasileiro.
Agradecemos por cada momento, cada nota e cada emoção que Neguinho nos proporcionou. Se somos essa “comunidade que impõe respeito e bate no peito”, é porque ele sempre esteve ao nosso lado, construindo essa história.
Alô, Neguinho, olha nossa Beija-Flor aí, gente!