O rapper Oruam esteve nesta quarta-feira (12) no Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para visitar seu pai, Marcinho VP. O traficante cumpre pena na unidade prisional ao lado de outros detentos de alta periculosidade. Acompanhado de familiares, o cantor compartilhou o momento nas redes sociais, escrevendo: "Partiu visitar meu pai". A escolha de um traje rosa para o encontro também chamou a atenção dos seguidores. Oruam, cujo nome artístico é um anagrama de Mauro, é um dos seis filhos do criminoso.
Marcinho VP está preso desde 1996, condenado por assassinato, formação de quadrilha e tráfico de drogas. Ele é apontado pelo Ministério Público como um dos principais líderes do Comando Vermelho e recebeu uma pena de 36 anos pelo homicídio e esquartejamento de dois rivais. Oruam, que já teve problemas com a polícia, foi detido duas vezes este ano. Além disso, o rapper carrega no corpo tatuagens em homenagem ao pai e a Elias Maluco, traficante condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes e considerado uma figura paterna pelo artista.
LEI ANTI-ORUAM
A visita do cantor reacendeu discussões sobre sua relação com o crime organizado e trouxe à tona um novo projeto de lei que leva seu nome de forma indireta. Conhecida como "Lei Anti-Oruam", a proposta visa impedir que o poder público contrate artistas que façam apologia ao tráfico de drogas ou a organizações criminosas em suas músicas. A iniciativa pretende coibir o uso de dinheiro estatal em eventos que promovam, direta ou indiretamente, a cultura do crime.
O projeto ganhou visibilidade após a vereadora Amanda Vettorazzo (União), ligada ao Movimento Brasil Livre (MBL), se posicionar contra Oruam e outros artistas do mesmo segmento. Segundo ela, o rapper "abriu a porteira para que rappers e funkeiros começassem a produzir músicas endeusando criminosos e líderes de facções, usando de gírias para normalizar o mundo crime na nossa cultura". A declaração gerou grande repercussão e acendeu um debate sobre a influência da música na sociedade.