A apresentadora Adriane Galisteu afirmou em entrevista que perdeu cerca de 60% da audição devido a uma doença chamada otosclerose. Segundo Tanit Sanchez (CRM-SP 69.992), otorrinolaringologista e docente da faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), esse problema promove um crescimento ósseo anormal no ouvido, impedindo a movimentação adequada de um osso do ouvido médio, o estribo, prejudicando a transmissão do som do ambiente para o ouvido interno.
O principal sintoma é a perda auditiva progressiva, geralmente começando em um ouvido e depois afetando o outro. A médica aponta que outros sintomas comuns incluem zumbido, dificuldade em ouvir sons baixos ou sussurros, tontura ou problemas de equilíbrio, sensação de que a própria voz soa mais alta ou diferente (paracusia). "Esses sintomas adicionais podem se desenvolver gradualmente ao longo de meses ou anos, mas nem sempre ocorrem em todos os pacientes", ressalta.
Tanit pontua que o diagnóstico envolve vários passos:
- História clínica detalhada, incluindo histórico familiar de perda
- Exame físico do
- Testes auditivos, como audiometria tonal, vocal e
- Em alguns casos, a tomografia computadorizada pode ser necessária.
A combinação desses exames permite ao otorrinolaringologista fazer um diagnóstico mais preciso e avaliar a extensão da doença.
Tratamento
Como lembra a especialista, o tratamento da otosclerose pode variar dependendo da gravidade e das preferências do paciente. No entanto, as opções mais comuns são:
- Observação e monitoramento para casos leves ou
- Aparelhos auditivos podem ajudar a compensar a perda auditiva e/ou o
- A cirurgia é um procedimento que substitui o estribo afetado por uma prótese.
- A suplementação com bifosfonados pode ajudar a retardar a progressão em alguns casos.
Mulheres
Conforme Tanit, a otosclerose atinge mais o público feminino do que o masculino, numa proporção de cerca de duas mulheres acometidas pela doença para cada homem, por fatores hormonais, especialmente os estrogênios.
Dra. Tanit Ganz Sanchez - Foto divulgação
A médica observa que a condição frequentemente se manifesta ou piora durante a gravidez, ou menopausa. Além disso, há uma possível interação entre predisposição genética e fatores hormonais. "Os hormônios femininos podem influenciar o metabolismo ósseo, acelerando potencialmente o crescimento ósseo anormal na otosclerose", finaliza.