“Passarinho, que som é esse?”
Diferentes gerações se divertiram – e aprenderam um pouco sobre música – a partir dessa pergunta feita no programa ‘Castelo Rá-Tim-Bum’.
O quadro das passarinhas apresentava instrumentos e ritmos ao telespectador infantil. As Patativas encantavam com seu jeito de cantar e dançar ao interagir com um músico profissional fantasiado de João de Barro.
As personagens eram interpretadas por Dilma Campos e Ciça Meirelles. A primeira se tornou uma das mais respeitadas executivas do universo da publicidade.
Criou e comanda a Nossa Praia, uma agência especializada em ações de promoção da sustentabilidade, diversidade e outras boas práticas no universo corporativo.
Na próxima semana, ela será uma das juradas do Cannes Lions, o mais famoso e concorrido evento de publicidade do planeta, realizado no sul da França.
Dilma também é referência como liderança negra e ativista pela igualidade de gênero e contra o racismo. Foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura como coautora do livro ‘Publicidade Antirracista: Reflexões, Caminhos e Desafios’.
Houve um tempo, e nem faz tantos anos assim, que os pretos não tinham espaço relevante na publicidade. O mesmo acontecia nas agências responsáveis por criar as campanhas. Uma gritante consequência do racismo institucionalizado no Brasil de maioria negra.
Na TV da década de 1990, com baixa representatividade, Dilma Campos fez história com sua passarinha no ‘Castelo Rá-Tim-Bum’. As crianças de pele escura certamente se identificavam com a personagem carismática.
Agora, a empresária contribui para que a expansão da diversidade na mídia se consolide. “Passarinho, que som é esse?” Dilma Campos merece o som de aplausos.