Dividindo-se entre França e Suíça, Paulo Coelho voltou a usar o Twitter para criticar Jair Bolsonaro. Na quinta-feira (1), o escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras postou duas mensagens contra o presidente. Como ele costuma excluir os posts um tempo depois (‘I delete tweets’, avisa na própria página), ‘printamos’ o que escreveu.
Coelho se refere a Bolsonaro como “genocida” e afirma não acreditar que o ‘superpedido’ de impeachment seja aceito na Câmara dos Deputados.
O autor de best-sellers como ‘O Alquimista’ e ‘O Diário de um Mago’ diz preferir ver o presidente “sangrando aos poucos”, ou seja, perdendo capital político e popularidade.
O uso do termo “sangrando”, ainda que seja uma figura de linguagem, se revela potencialmente polêmico já que pode ser associado à facada em Bolsonaro no atentado durante a campanha eleitoral de 2018.
Em maio deste ano, Coelho provocou a fúria de apoiadores do presidente ao protestar pela morte do humorista Paulo Gustavo, vítima da covid-19.
“Assassinos de Paulo Gustavo: quem dizia “é só uma gripezinha”, “não passa de 200 mortes”, “cloroquina resolve”, “gente morre todo dia”, “lockdown destrói o país”, “máscara nos faz respirar ar viciado”, “eu obedeço o comandante”, e por aí vai. Canalhas da pior espécie”, escreveu.
Em resposta aos recorrentes ataques do escritor, Jair Bolsonaro o xingou de “idiota” em uma live, sem citá-lo nominalmente.
Muitos seguidores do presidente propuseram boicote às obras de Paulo Coelho, que já vendeu mais de 300 milhões de exemplares nos quatro cantos do planeta.
Em entrevistas, o escritor afirmou não se preocupar com a possível perda de leitores em consequência de seu posicionamento político.