A jornalista Glória Maria morreu na manhã desta quinta-feira, 2, vítima de um câncer. O apresentador Pedro Bial era um grande amigo da repórter e no programa Encontro, da TV Globo, relembrou o último papo que teve com ela.
“A Gloria estava sofrendo muito nos últimos tempos. Em dezembro, do dia 30 para o dia 31, eu sonhei a noite inteira com a Gloria. Sonhos divertidos. Mandei uma mensagem para ela no dia 31 para contar isso e desejar um novo ano”, disse ele.
“E ela me respondeu dizendo que estava…”, pausou, emocionado. “Mal”, completou Peta. “É, estava vivendo um inferno há meses. Eu quis…’Deixa eu te ver’ e tal, mas ela não queria ser vista. Ela estava muito frágil”, contou ele.
"A gente parecia irmão, sabe? 🖤 Pedro Bial relembra a amizade de anos com Glória Maria! #Encontro pic.twitter.com/ZerWYNm8hs
— TV Globo 📺 (@tvglobo) February 2, 2023
Morte de Glória Maria
Glória Maria, jornalista e um dos ícones da TV brasileira, morreu nesta quinta-feira, 2, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada ao Terra pela assessoria da TV Globo.
Em nota, a emissora informou que a morte ocorreu por causa de metástases de um câncer que a jornalista enfrentava. Ela estava internada no Hospital Copa Star, onde veio a falecer.
"Em 2019, Gloria foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia, e metástase no cérebro, tratada cirurgicamente, inicialmente também com êxito. Em meados do ano passado, a jornalista iniciou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias", diz a nota.
"Glória marcou a sua carreira como uma das mais talentosas profissionais do jornalismo brasileiro, deixando um legado de realizações, exemplos e pioneirismos para a Globo e seus profissionais", acrescenta a emissora.
A jornalista deixa duas filhas, Maria, de 15 anos, e Laura, de 14.
Vida, carreira e pioneirismo
Glória Maria Matta da Silva nasceu no Rio de Janeiro, filha de pai alfaiate e mãe dona de casa, e se formou em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), curso pago após conseguir um emprego de telefonista.
Ela chegou à Globo em 1970 como radioescuta, ouvindo as frequências de rádios policiais para descobrir pautas. Já no ano seguinte, 1971, estreou como repórter ao cobrir o desabamento do Elevado Paulo de Frontin (RJ). Desde então, passou a participar de diversos programas jornalísticos da emissora, como Jornal Hoje, no RJTV e no Bom Dia Rio.
No Jornal Nacional ela começou a traçar uma carreira de pioneirismo ao ser a primeira jornalista a entrar ao vivo no noticiário. Pelo JN, fez reportagens históricas, como a posse do presidente Jimmy Carter nos Estados Unidos, entrevista com João Figueiredo, último presidente da ditadura brasileira, e a Guerra das Malvinas, sendo a primeira mulher brasileira a cobrir o conflito.
Foi no Fantástico, porém, que Glória Maria deixou sua marca. Ela foi apresentadora do dominical de 1998 a 2007, e fez reportagens especiais, entrevistas com personalidades como Michael Jackson e Madonna, e realizou muitas viagens que se tornaram marcos de sua extensa e celebrada carreira.