Quase uma semana após o mineiro Flávio de Castro Sousa ter desaparecido, nenhum grande veículo de imprensa francês deu destaque ao caso.
A explicação surpreende: cerca de 200 pessoas somem por dia na França, quase o mesmo índice do Brasil, que possui população 3 vezes maior. O dado foi divulgado pelo jornal ‘Le Parisien’. O fotógrafo brasileiro deixou de fazer contato horas antes do voo que o levaria de volta ao Brasil.
Segundo o grupo Assistance et Recherche de Personnes Disparues (Assistência e Busca de Pessoas Desaparecidas), 70.000 homens e mulheres desaparecem a cada ano no território francês, sendo 50.000 menores de idade. Do total, cerca de 1.000 casos jamais são solucionados.
Como se costuma dizer no Brasil, Flávio é mais um a virar estatística. Influenciadores brasileiros que vivem na França postaram vídeos em redes sociais com informações do caso e pediram a mobilização dos imigrantes. Por enquanto, o mistério continua.
Outro motivo para a falta de atenção ao sumiço do brasileiro é que o jornalismo francês está quase todo direcionado a acompanhar uma crise no governo do presidente Emmanuel Macron. Seu primeiro-ministro, Michel Barnier, pode receber uma moção de censura na Assembleia Nacional e ser obrigado a deixar o posto.