O fracasso de bilheteria e as polêmicas suscitadas por ‘Coringa: Delírio a Dois’, com Joaquin Phoenix no papel-título, geraram debate nas redes sociais sobre qual ator entregou a melhor interpretação do vilão cômico.
Jack Nicholson (‘Batman’, 1989) e Heath Ledger (‘Cavaleiro das Trevas’, 2008, pelo qual ganhou postumamente o Oscar de Ator Coadjuvante) são os mais citados, principalmente por tiktokers.
As novas gerações desconhecem Cesar Romero, primeiro ator a encarnar o personagem da DC, criado em 1940. Ele fez 22 episódios do seriado ‘Batman’, do canal ABC, entre 1966 e 1968. Tinha 59 anos quando surgiu caracterizado pela primeira vez.
Para aceitar o papel, ele fez uma exigência: não raspar o bigode. Os produtores relutaram a princípio, mas aceitaram. Nas cenas de close-up, é possível notar os fios sob a maquiagem branca.
Nascido em Nova York, de origem cubana e italiana, Romero teve longa carreira na TV e no cinema. Foi um dos primeiros galãs latinos de Hollywood.
Ele contracenou com uma estrela brasileira em ascensão: Carmen Miranda. Fizeram juntos ‘Weekend em Havana’ (‘Aconteceu em Havana’, 1941) e ‘Springtime in the Rockies (‘Minha Secretária Brasileira’, 1942). Um casal com grande diferença de altura: o artista com 1,91m, e a atriz medindo 1,52m.
Os dois se tornaram amigos. Cesar veio duas vezes ao Rio. Uma delas, no Carnaval de 1946. Dizia-se apaixonado pelo Brasil. Seu último trabalho tem a ver com o país.
Lançado em julho de 1995 (1 ano e meio após a morte do ator, aos 86 anos, de complicações de pneumonia), o documentário ‘Carmen Miranda: Banana is my Business’ teve depoimento dele a respeito da carreira da amiga brasileira, morta por parada cardíaca 30 anos antes.
Cesar Romero nunca se casou nem teve filho. Ao morrer, deixou fortuna avaliada hoje em 5 milhões de dólares, cerca de R$ 28 milhões. Seus herdeiros foram um irmão e quatro sobrinhos.