A beleza nunca esteve entre as características evidentes da maioria dos membros da monarquia britânica. Por isso, William de Gloucester se destacava.
Era comparado a galãs de cinema. O jovem príncipe encantava as moças da nobreza e também as plebeias.
Mantinha ótima relação com sua prima-irmã, a rainha Elizabeth. Foi pajem em seu casamento com Philip, em 1947, e esteve na cerimônia de coroação dela, 6 anos depois.
William surpreendeu ao buscar sólida formação acadêmica. Tornou-se mestre em História e pós-graduado em Ciências Políticas.
Trabalhou em um banco e depois iniciou carreira diplomática. Serviu na Nigéria e no Japão.
Em 1970, ele precisou voltar ao Reino Unido para assumir a administração das propriedades da família, já que seu pai, o príncipe Henry, havia ficado gravemente doente.
Elizabeth II aproveitou o retorno do primo para recorrer a seus talentos. Ele a representou em vários eventos, inclusive em outros Países.
William também foi Conselheiro de Estado da rainha. Era admirado pela inteligência, o carisma e a gentileza com pessoas comuns, sem status.
Com o dinheiro de seu clã, ele abasteceu algumas instituições de caridade, inclusive na África.
Tinha um espírito rebelde, assim como sua prima Margaret, irmã mais nova de Elizabeth.
Em comum, os dois gostavam de se relacionar amorosamente com pessoas do povo, sem ligação com a aristocracia.
Isso era reprovado pelos tradicionalistas, porém, ambos se recusaram a aceitar namoros arranjados com outros nobres.
William de Gloucester chocou a Corte quando assumiu sua paixão por uma ex-modelo húngara de origem judaica, Zsuzsi Starkloff, que havia se casado duas vezes e tinha uma filha.
Depois, se relacionou com outra divorciada, Nicole Sieff, com dois filhos e igualmente nenhuma ligação com a realeza.
Na época, era inaceitável que um príncipe com lugar na linha de sucessão ao trono britânico se casasse com uma mulher com perfil tão díspar ao exigido pela tradição da Casa Real de Windsor.
Margaret, que foi proibida de se casar com o homem que amava porque ele era divorciado, pediu ao primo que esperasse mais um pouco até que os conservadores radicais fossem convencidos a aceitar seu romance. Não deu tempo.
Em 28 de agosto de 1972, William de Gloucester participava de uma competição aérea quando o avião que pilotava ficou incontrolável, caiu e explodiu. O acidente aconteceu diante de 30 mil espectadores.
A morte do charmoso príncipe, aos 30 anos, chocou o reino. A família preferiu não contar sobre a tragédia ao pai dele, que morreu menos de 2 anos depois.
O irmão caçula, Richard, assumiu os títulos que iriam para William. Ele é conhecido como Duque de Gloucester. Já esteve no Brasil, onde visitou organizações sociais como a AACD.