Fotógrafos e cinegrafistas que cobrem a vida dos famosos estão sempre em busca de uma imagem inédita. Querem flagrar algo ainda não visto pelo público e que possa ser vendido por bom dinheiro a veículos de imprensa.
Ciente disso, a princesa Diana adotou uma estratégia ‘malandra’ para se vingar dos paparazzi que a perseguiam. Quando ia malhar no Clube Harbour, em Londres, ela usava sempre o mesmo moletom azul da companhia aérea Virgin. Desta maneira, as fotos pareciam repetidas e não eram compradas pelos tabloides e revistas de fofocas.
Diana se apresentava como vítima da mídia invasiva, manipuladora e destrutiva. De certa forma, era mesmo. Várias empresas de comunicação ganharam fortunas ao explorar a infelicidade da Princesa do Povo. Mas, atrás da aparência frágil, havia uma mulher sagaz e hábil em se aproveitar da própria fama. Ela mantinha contato secreto com alguns editores e repórteres. Passava informações e boatos que queria ver em capas e primeiras páginas.
Após ser tão usada pela imprensa, Diana aprendeu a usá-la – e, assim, se autopromover e atacar inimigos na família real britânica.
Ao longo de 17 anos – do anúncio do namoro com Charles, em 1980, à sua morte, em 1997 –, Diana padeceu e se aproveitou do fato de ser, naquele momento, a mulher mais fotografada e filmada do planeta.
Essa relação ambígua entre celebridade e mídia sempre existiu. O mesmo artista que reclama de invasão de privacidade pode ‘vazar’ material sobre si ou alguém.
Não há ingênuos no universo da fama. Todos têm interesses e recorrem às armas disponíveis para gerar manchetes e ter algum benefício, seja ganhar dinheiro, conquistar mais status ou atingir um desafeto.
No dia 1º de julho, Diana teria completado 60 anos. Se viva fosse, certamente continuaria a atrair muita atenção. Quase 24 anos após o seu trágico desaparecimento, não surgiu outra personagem midiática capaz de superá-la.