Alguns apresentadores aproveitaram a popularidade na televisão para se lançar na política. Dos mais conhecidos, poucos saíram vitoriosos no 1º turno das eleições municipais.
Titular do ‘Brasil Urgente’, da Band, José Luiz Datena (PSDB) chegou a liderar pesquisas de intenção de votos antes do início da campanha. O desempenho apático nos debates e o pouco tempo no horário eleitoral refletiram nas urnas.
Prometendo ser o ‘prefeitão’ de São Paulo, ele terminou em 5º lugar, com 1,84% dos votos, atrás de Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB), respectivamente. Ciente da derrota, Datena anunciou antecipadamente que irá reassumir seu posto diante das câmeras após o 2º turno.
Também à frente de um telejornal policial, o ‘Balanço Geral Minas Gerais’, na Record, Mauro Tramonte (Republicanos) encabeçou as pesquisas em Belo Horizonte na maior parte do tempo. Nos últimos dias, sua candidatura “desidratou”, no jargão preferido dos analistas políticos.
O jornalista ficou em 3º lugar, com 15,1% da votação. Foi superado por Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD). Tramonte, que é deputado estadual em MG, deve voltar a seu emprego na emissora do bispo Edir Macedo.
Na disputa pela prefeitura de Goiânia, Matheus Ribeiro (PSDB) acabou em 4º lugar, com 6,81% dos votos. Ele se tornou conhecido por integrar o rodízio de apresentadores eventuais do ‘Jornal Nacional’, sendo o 1º gay declarado na famosa bancada da Globo.
Depois, transferiu-se para a Record em Brasília. Em 2021, estreou na Band da capital goiana, de onde saiu para se arriscar na carreira política. Candidatou-se a deputado federal, não conseguiu se eleger.
Um dos raros exemplos positivos entre comunicadores de TV nessas eleições municipais vem de Curitiba. Ex-comentarista da Jovem Pan News, Cristina Graeml (PMB) surpreendeu na reta final da campanha e passou ao 2º turno, com 31,17% dos votos. Foi a 2ª mais votada na capital paranaense.
No canal de notícias, a jornalista se destacou por defender pautas da direita e atacar duramente políticos progressistas. Ela foi dispensada após a eleição de Lula em 2022, na reformulação que deixou a linha editorial da JP News bem menos bolsonarista.