Com salário de R$ 300 mil, Glória Maria era uma das apresentadoras mais bem pagas do telejornalismo. Além do respeito como jornalista, tinha status de celebridade e o prestígio como precursora da representatividade racial na mídia.
Ao morrer em 2 de fevereiro, aos 73 anos, por complicações de um câncer, ela deixou um patrimônio relevante acumulado ao longo de 52 anos de trabalho na TV Globo. Segundo o portal Net Worth, a fortuna seria equivalente a R$ 25 milhões.
Diante da morte iminente, Glória Maria tomou providências para garantir os direitos de suas filhas, Maria e Laura, de 15 e 14 anos. Havia a preocupação de preservá-las de supostos interesseiros. O alerta surgiu quando a jornalista foi operada de um tumor no cérebro em 2019.
“Tinha gente que chegava na minha casa e depois, quando viam que eu estava ótima, sumiam. Senti isso um pouco na minha família, uma coisa que me deu um susto”, revelou na entrevista ao ‘Roda Viva’, da TV Cultura, 11 meses antes de morrer.
“Só faltaram dizer ‘vamos dividir a herança’, uma herança que não existia. É uma coisa esquisita do ser humano. (...) Eu vi o ser humano de uma outra maneira. Muita gente que eu achava que era amiga, de repente não era.”
O colunista Leo Dias, do ‘Metrópoles’, apurou que o inventário de Glória Maria está sob a responsabilidade de Roberto Marinho Neto, filho de Roberto Irineu e neto do fundador da Globo, Roberto Marinho (1904-2003). Ele é padrinho de uma das filhas da apresentadora.
Cabe ao inventariante acompanhar o levantamento de todos os bens da pessoa falecida a fim de providenciar a partilha entre os herdeiros conforme o indicado em testamento ou segundo a divisão prevista em lei.
Menores de idade, as herdeiras diretas de Glória Maria terão um adulto a zelar por elas, chamado legalmente de tutor ou curador. O escolhido para a missão foi o economista Paulo Mesquita, amigo de longa data da jornalista. Ele sempre teve uma relação paternal com as meninas.
Cabe ao tutor ou curador administrar o patrimônio das crianças ou adolescentes até que atinjam a maioridade e possam assumir o controle da vida financeira.
Roberto Marinho Neto, de 39 anos, é filho de Roberto Irineu Marinho, 75, primogênito do fundador da Globo, Roberto Marinho.
O jovem empresário é um dos nove integrantes do Conselho de Administração do Grupo Globo, maior companhia de mídia do País.
Ele atuou na área de Esportes da TV. Hoje, comanda a Globo Ventures, empresa de investimentos dos acionistas do grupo.
Neto pesquisa e indica novas oportunidades de negócios, inclusive dando suporte financeiro a empreendedores.
Há dinheiro dos herdeiros da maior rede de televisão do Brasil em empresas como Quinto Andar, Rappi, Buser, Stone, Órama e Enjoei. Algumas dessas marcas anunciam no ‘BBB23’.
Cada um dos três herdeiros diretos de Roberto Marinho tem patrimônio de 1,8 bilhão de dólares, cerca de R$ 9,3 bilhões, de acordo com ranking da revista de negócios norte-americana ‘Forbes’.
Desde 2017, Roberto Marinho Neto se relaciona com a atriz e empresária Fiorella Matheis, 35 anos, fundadora e diretora do comércio eletrônico de moda Gringa.
No humorístico ‘Vale que Cola’, do Multishow, ela interpretou Velna nas temporadas de 2013 a 2019. Fiorella está prestes a dar à luz ao primeiro filho do casal.
Avesso à exposição na imprensa e nas redes sociais, Marinho Neto é considerado um executivo competente e criativo. Está na fila para assumir a presidência da Globo no futuro.
No momento, o comando do grupo é de seu primo Paulo Marinho, 45, filho de José Roberto Marinho, 67, vice-presidente do Grupo Globo e diretor-geral da Fundação Roberto Marinho. José Roberto foi namorado de Glória Maria.
Ele, assim como o irmão mais velho, Roberto Irineu, e o próprio Roberto Marinho Neto estavam entre os poucos amigos que participaram da cerimônia de despedida à jornalista no Crematório da Penitência, no Rio.