Goste-se ou não do estilo de Ratinho como apresentador, e de suas opiniões ideológicas, impossível não se impressionar com sua trajetória: de repórter policial em emissora regional a dono de um império de comunicação que o fez um dos homens mais ricos do país.
Em podcasts, ele comentou o crescimento de seu salário na TV. Em meados da década de 1990, quando a direção da Band barrou sua entrada na emissora por considerá-lo “muito doido”, ele encontrou um executivo da Record. Blefou dizendo que o canal dos Saad já havia assinado seu contrato, mas ele, ainda não. “Mentira, era o contrário”, relembra.
Ratinho foi questionado quanto iria ganhar na Band. “Menti de novo”, conta. Ele disse que seriam R$ 60 mil por mês. Recebeu proposta de R$ 120 mil e, assim, estreou no canal do bispo Edir Macedo. “Aí começaram a aumentar meu salário: R$ 320 mil, R$ 740 mil, chegou até R$ 1,4 milhão. Sem eu pedir, nunca pedi (aumento).”
Sucesso de audiência a ponto de incomodar a Globo no horário nobre, o apresentador foi chamado por Silvio Santos. “Eu pago mais do que você ganha na Record e pode trazer todo mundo para trabalhar no SBT. Mas tem que vir hoje, assina aqui”, disse o dono do canal, segundo relato de Ratinho. “Ele fez um cheque de R$ 10 milhões”, recorda o apresentador.
A multa de rescisão da Record foi paga pelo Banco Panamericano, pertencente ao Grupo Silvio Santos na época, e Ratinho fez propaganda para a instituição financeira, em contrapartida.
Hoje, o comunicador divide custos e receitas com o SBT pelo horário de seu programa noturno. Estima-se no mercado publicitário que seu salário chegue a R$ 2 milhões mensais. Nada mal a quem, 20 anos atrás, viveu um dos piores momentos da vida.
“Em 1994, fui deputado federal, perdi tudo o que eu tinha na política. No Natal, eu não tinha nada para comer, nada. Ganhei uma Coca-Cola litro, minha mulher fez uma macarronada e um amigo lá me deu um frango. Foi a única coisa que eu tinha no Natal de 1994”, disse.
“Eu só olhei para os meus três filhos e falei: ‘vou voltar para o rádio’. Daquele dia até 2001, eu já tinha ganhado R$ 1 bilhão. Porque eu acredito em Deus, ‘Deus vai me ajudar e eu vou trabalhar’. Voltei para a minha profissão, que é essa aqui, comunicador, que sei fazer. Faço malfeito, mas agrado. Essas coisas, a gente tem de entender, passa por apuros na vida e, de repente, dá um salto. Você tem que acreditar, sempre.”
Fundada por Ratinho em 2008, a Rede Massa possui cinco emissoras afiliadas do SBT no Paraná e quase 80 emissoras de rádio espalhadas pelo Brasil, além de portais de notícias e entretenimento. A mulher do apresentador, Solange Massa, comanda o instituto que leva seu nome, onde são promovidas ações beneficentes em saúde, educação e geração de renda.
“Deus não faz negócio. Só ajude se fizer bem a você. Não ajude para tentar aparecer, isso é uma bobagem. Ajude se fizer bem para o seu coração. Jesus não olhava se o cara era ladrão, machão, gay. Jesus abraçava todo mundo”, afirma Ratinho, conhecido pela generosidade com amigos e colaboradores.