Imagine acordar um dia e descobrir que um livro conta detalhes da presença de seu marido – e pai de seus três filhos – em clubes de striptease e festas de sexo com moças recrutadas na periferia e experientes prostitutas, gastando o equivalente a R$ 50 mil em apenas uma noite de esbórnia.
Essa situação foi vivida pela rainha Sílvia da Suécia, alemã de nascimento e filha de brasileira, ao tomar conhecimento da biografia não-autorizada ‘O Monarca Relutante’, a respeito de seu marido e grande amor, o rei Carl Gustaf.
Na época, a obra recheada de fofocas causou um terremoto na Suécia, onde a família real sempre teve gigantesco prestígio e nunca havia gerado escândalos. O rei nunca negou as informações publicadas. Segundo a imprensa sueca, fotos e vídeos feitos por mafiosos comprovariam os relatos.
Apesar do baque, Sílvia manteve a discrição e a elegância que a tornaram tão admirada entre as monarquias europeias. Jamais deixou de apoiar o marido, apesar da humilhação. Os dois estão casados desde 1976. Conheceram-se quatro anos antes na Olimpíada de Munique.
A mais filha velha, a princesa herdeira Victoria, sofreu de anorexia na juventude. Foram anos difíceis de tratamento do mesmo transtorno alimentar da princesa Diana. Afetuosa como os latinos, a rainha teve papel fundamental para a superação do problema.
Alfabetizada em São Paulo, onde morou com a família por dez anos na infância, Sílvia teve de lidar ainda com a sombra do passado de seu pai, um empresário alemão acusado de colaborar com o regime sórdido de Hitler ao longo dos anos de ocupação nazista na Europa.
Financiada pela monarca, uma investigação imparcial mostrou que Walther Sommerlath jamais apoiou a perseguição a judeus. Pelo contrário: ele chegou a ajudar uma família judia a fugir da Alemanha para o Brasil a fim de evitar o risco de ser enviada a um campo de concentração.
Hoje, aos 80 anos, Sílvia da Suécia – fã declarada da pizza paulistana – se dedica a obras sociais. Em 1999, fundou a World Childhood Foundation, organização presente em vários países, inclusive no Brasil, na defesa de crianças e adolescentes, especialmente contra a fome, a exploração sexual e a situação de rua.