Renato Aragão completa 80 anos nesta terça-feira (13). Um dos pioneiros e mais importantes nomes do humor brasileiro, Renato ficou conhecido por seu personagem Didi e, principalmente, por sua atuação no programa Os Trapalhões, que até hoje é considerada uma das maiores - se não a maior - produção humorística nacional.
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Com uma história tão rica, qualquer pessoa diria que Aragão é alguém querido e admirado por todos. Mas não é bem por aí. O ator é lembrado também por suas polêmicas, especialmente envolvendo seus funcionários e o assédio da vida artística.
Para abrir espaço para todas as opiniões, listamos as cinco grandes polêmicas e os cinco maiores acertos da carreira do eterno Didi Mocó.
AS POLÊMICAS
Foto: AgNews
Demissão de motorista: em 2012, surgiu o boato de que Renato Aragão teria demitido um de seus motoristas por tê-lo chamado de "Seu Didi". O humorista, que não gostaria de ser chamado pelo nome do personagem, teria ordenado que o empregado o chamasse de "Doutor Renato" e o mandou embora. Renato negou tudo em seu blog particular. "Jamais demiti, demitiria qualquer motorista ou funcionário por ter me chamado de Didi. Absurdo tão grande, uma vez que nem eu mesmo consigo mais separar o Didi do Renato Aragão. Afinal, já são 50 anos de convivência entre os dois.", disse ele.
Filme religioso (e polêmico) cancelado: o nome do filme era O Segundo Filho de Deus . No roteiro, Renato, que é assumidamente religioso, dizia que seu personagem iria terminar a missão que Jesus não conseguiu realizar. O tema causou certo desconforto no meio evangélico, e o projeto original não foi levado adiante.
Empregados teriam que levar marmita para o trabalho: 2012 foi mesmo o ano das polêmicas para Renato Aragão. O humorista foi acusado por parte da imprensa brasileira de obrigar que os funcionários que trabalham em sua casa levassem suas próprias marmitas, além de ser um patrão bastante "linha dura". Lembrando que Aragão nasceu em Sobral, interior do Ceará, e vem de família humilde.
Aragão anda com seguranças para evitar assédio: o nome do ator foi alvo de nova polêmica por parte da imprensa, que afirmou que ele teria contratado três seguranças para circular ao seu lado no Projac, pois Aragão não gostaria de ser assediado por admiradores de seu papel como Didi. O humorista negou a notícia.
Declaração sobre piadas com gays e negros: em entrevista recente à revista Playboy, Renato voltou a causar polêmica com uma declaração sobre piadas contra gays e negros. Segundo Aragão, ambos não se ofendiam antigamente como se ofendem hoje. O humorista ainda colocou as duas minorias em comparativo com "pessoas feias". "Naquela época, essas classes dos feios, dos negros e dos homossexuais, elas não se ofendiam. Elas sabiam que [a piada] não era para atingir, para sacanear", disse ele, causando má repercussão na mídia.
OS ACERTOS
Renato Aragão e Xuxa, principais idealizadores do Criança Esperança (Foto: TV Globo / Divulgação)
Criança Esperança: há muito o que se discutir sobre o método de auxílio adotado pelo Criança Esperança, mas seu sucesso é inegável. No ar há 29 anos, o projeto, idealizado por, entre outros, Xuxa e Renato Aragão, já reuniu artistas de todas as esferas da cultura nacional e é reconhecido pela UNESCO como um dos mais bem-sucedidos programas de auxílio à crianças carentes em todo o mundo.
Embaixador da criança brasileira pela UNICEF: desde 1991, Renato é representante especial e embaixador da UNICEF, programa de proteção infantil da ONU, em prol das crianças brasileiras.
Os Trapalhões: mesmo com as brigas públicas com alguns parceiros do programa, especialmente Dedé Santana, Renato é o principal idealizador da produção. Os Trapalhões é o humorístico que mais tempo ficou no ar na televisão brasileira e, na pele de Didi, se tornou um patrimônio nacional em suas aventuras com Zacarias, Dedé e, especialmente, Mussum.
Os Trapalhões (Foto: Tumblr / Reprodução)
Religioso, escalou o Cristo Redentor para beijar suas mãos: em 1991, comemorando os 25 anos de sucesso de Os Trapalhões , Renato Aragão fez uma histórica escalada no Cristo Redentor, trajeto semelhante ao feito pela reportagem do Terra em 2014, e beijou a mão da estátua.
Sobreviveu ao famoso acidente com o Voo Lóide Aéreo Nacional 652: em 1958, então servindo o exército, Renato era um dos passegeiros a bordo do avião Curtiss C-46 Commando, prefixo PP-LDX, do Lóide Aéreo Nacional, que caiu na região do Serrotão, próximo ao Aeroporto Presidente João Suassuna, em Campina Grande (PB), e matou 13 dos 40 que estavam a bordo.
Aragão e um amigo, ambos sobreviventes, ajudaram outros tripulantes feridos até a chegada dos socorristas, que abriram caminho pela mata fechada. Ao chegar em uma cidade próxima, os dois descobriram que já haviam sido dados como mortos pelas rádios.