Roberta Miranda lançou, na última sexta-feira (20), uma autobiografia, intitulada "Um lugar todinho meu". Na obra, a cantora relembrou diversos momentos da sua vida, inclusive sobre a dificuldade que teve para falar publicamente sobre sua sexualidade.
Anos de rejeição
Panssexual assumida, Miranda conta que, durante anos, passou por conflitos internos e pela rejeição de familiares. Segundo a sertaneja, no leito de morte da mãe, fez uma promessa à ela, dizendo que nunca tornaria pública sua orientação sexual.
"Naquela época, tudo era muito escondido, carreiras eram destruídas por conta de escândalos sexuais", escreveu. "Sofri muito e precisei de anos de análise e apoio de pessoas próximas para entender que podia, sim, falar disso sem trair a promessa feita à minha mãe", recordou.
Paixão por uma mulher
Na obra, Roberta relembra sua primeira paixão por uma mulher, Vanda, sua amiga próxima. "Ela dormia na mesma cama que eu, inclusive, mas sem sexo, só um carinho bem puro. Mesmo assim, me vi apaixonada por ela, mesmo sem saber como lidar com isso", contou.
A situação tornou-se ainda mais complicada quando Roberta descobriu que seu pai também tinha um interesse por Vanda. Na época, a artista sofria diversas agressões por parte dele. Decidiu, portanto, mudar-se para Campo Grande, como forma de fugir de seus sentimentos e permitir que os dois vivessem um relacionamento, se assim desejassem.
ROBERTA MIRANDA FALA SOBRE RELACIONAMENTO DE OITO ANOS
Discreta quanto a sua vida privada, Roberta Miranda revelou, em entrevista ao programa Roberto Justus +, na Record, em 2019, que viveu uma relação de oito anos com uma pessoa. "Nunca me casei e nunca quis casar. Fico vendo as pessoas que fazem uma festa linda e depois de um tempo o castelo se desmorona. A cerimônia não é o mais importante", disse.
A cantora disse que manteve um relacionamento às escondidas, e que chegou ao fim. "Não tenho vergonha de falar que eu amei por dois. Uma hora falei: 'Opa, tenho que me valorizar e cuidar mais de mim'", explicou. "Não virei as costas para essa pessoa, continuo respeitando e ajudando. Tem que ter respeito pela história que tivemos. A falta de respeito pela história do casal também é responsável pelo número de feminicídios que vemos", refletiu.