Enquanto alguns campeões do ‘BBB’ estão falidos após ter torrado o prêmio sem pensar no amanhã, há participantes que nem chegaram à final e se deram bem depois do reality show. É o caso de Rodrigo Gomes Simoni, o Rodrigão, de 34 anos.
O ex-modelo hoje é empresário, investidor e mentor de finanças. Comanda a plataforma de educação digital TheNex e aplica um método de organização de finanças chamado MAPA.
Afirma ter um patrimônio bem maior do que o prêmio oferecido no programa da Globo. Residente nos Estados Unidos, ele veio ao Brasil para lançar o livro ‘Seja Muito Mais que um Milionário’, da Editora Buzz.
Casado com a também ex-‘BBB11’ Adriana Sant’Anna, Rodrigão aponta nesta entrevista os principais erros do brasileiro na delicada relação com o dinheiro.
Quando você deixou o ‘Big Brother Brasil’, em 2011, muita gente deve ter pensado: ‘ele será apenas mais um ex-BBB’. Como se tornou um empresário e influenciador bem-sucedido?
Consistência é o nome do jogo! É um trabalho de longo prazo, não vem do dia pra noite! Eu fui pra televisão muito jovem, 22 anos, tive tempo suficiente pra aprender e superar os desafios. Minha esposa foi essencial nesse processo. Sempre fizemos absolutamente tudo juntos, pensando no futuro, esse foi o diferencial.
Há uma crítica geral sobre influenciadores de finanças que prometem enriquecimento fácil. O seu livro tem qual conteúdo?
Não existe enriquecimento fácil, mas existe um caminho pra percorrer. O assunto ‘dinheiro’ é tão tabu que quando alguém fala muito sobre esse tema não é bem recebido. Parece que só pensa em dinheiro. O dinheiro é uma ferramenta que encurta processos, é bom e todos precisam. No meu livro, eu apresento uma metodologia própria, com os principais pilares a serem desenvolvidos pra alcançar uma vida financeira saudável, exatamente como eu consegui nos últimos dez anos. ‘Seja Muito Mais que um Milionário’, como o próprio título já diz, tem o foco no crescimento financeiro com propósito e solidez.
Na sua visão, qual o principal erro do brasileiro no projeto de ganhar e administrar dinheiro?
A mentalidade de classe média cria dívidas e não cria riqueza. O brasileiro é muito acostumado com o imediatismo, ou seja, comprar algo que ainda não pode, criando uma dívida pra ter esse bem. Isso no longo prazo é doloroso e compromete as finanças. Isso é o consumo por desejo. A mentalidade de longo prazo precisa estar inserida na cabeça do brasileiro pra que ele possa produzir mais na fase produtiva e desfrutar com tranquilidade na velhice, sem depender do INSS.
Você se tornou milionário sem ter ganhado o ‘BBB’. Quais qualidades pessoais contribuíram para essa façanha conseguida por poucos participantes do programa?
Eu sempre fui muito focado no longo prazo. Minha cabeça sempre funcionou olhando para o futuro, nos negócios, na família, isso me ajudou muito. Mas o segredo não é ser o mais rápido, o segredo é não parar. A consistência em fazer tudo que precisa ser feito, todos os dias, é que vai fazer o objetivo acontecer. Ter uma grande mulher ao meu lado também foi fundamental, minha esposa é minha sócia de vida.
Em 2011, no seu perfil no reality show, você declarou: “Não estou aqui pra achar a mãe dos meus filhos”. E foi justamente o que aconteceu. Qual a importância da Adriana para o seu sucesso financeiro?
Maior queimada de língua da minha vida! A minha esposa sempre foi fundamental em minhas decisões, temos um encaixe de ideias muito rico. O meu programa favorito é fazer um café, sentar com ela embaixo de uma árvore e ficar conversando sobre tudo. Dessas conversas sempre saem novos projetos ou ideias pra melhorar o que já fazemos. Ela é meu ponto de equilíbrio.
Você se define como um investidor ousado ou conservador? Onde estão seus maiores investimentos?
Sou conservador no mercado financeiro e mais agressivo nos meus negócios. Divido minhas ações entre Brasil e EUA, sempre no longo prazo. O que te enriquece no curto prazo é o seu trabalho, seu negócio. Investimento é bom e fundamental, mas vai te beneficiar muito mais no longo prazo.
Tem alguém que seja referência no meio das finanças?
Adoro acompanhar os ‘dinossauros’ como Barsi (o bilionário Luiz Barsi, chamado de ‘o rei da Bolsa’), no Brasil, e Buffett (o investidor Warren Buffett), nos Estados Unidos. Esses caras atravessaram gerações fazendo fortuna. Mas sou absolutamente apaixonado por esse movimento mais jovem dos influenciadores. Com todo respeito, eles fizeram muito mais pelos novos investidores. Esse movimento digital tem mudado a realidade de milhares de famílias pelo Brasil.
Foi convidado a participar de algum outro reality show? Aceitaria novo convite?
Tenho uma esposa maravilhosa, filhos maravilhosos, vivo fora do Brasil por algumas prioridades familiares, temos nossos negócios, não teria motivo pra entrar em um reality show hoje. Já fazemos nosso próprio reality nas redes sociais.